no coração do tempo, teu amigo.
E, ao ver-te no vigor dessas braçadas,
ó árvore ancestral, eu te bendigo!
Foram passando as gerações passadas.
Cresceram no louvor do sangue antigo.
Com elas aumentaram-te as ramadas,
- onde estará a que aumentou comigo?!
Onde estará? não queira Deus que seja
a última de quantas, benfazeja,
a graça do Senhor te encheu assim!
Ó árvore ancestral, copada e forte,
não seja a minha vida a tua morte,
- que a tua vida não se acabe em mim!
António Sardinha, in Quando as Nascentes Despertam
1 comentário:
ALTAR DA PÁTRIA
Quando Sardinha fala, a voz da Raça
aflora nos seus versos lapidares,
de um povo a voz tocado pela graça
de ilustres e famosos avatares.
Nos seus poemas Portugal inteiro,
no que tem de melhor e mais sagrado,
é dos países todos o primeiro
que no seu peito Deus tem colocado.
Pôr a Nação nos píncaros da lua,
ao nível das estrelas, junto ao sol,
foi sempre dominante ideia sua.
Contrariamente a Sena e outros que tais,
a sua Poesia é um crisol
de sonoras estrofes triunfais!
JOÃO DE CASTRO NUNES
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