Ano Novo
Quem há-de vir flori-lo, hoje? Quem há-de?
Silêncio quer dizer felicidade,
E é de silêncio este primeiro dia.
Por isso avanço... Mas nem sei, ao certo,
Onde os meus passos vagarosos, vão.
E o cérebro? Só trago o coração...
Será que Deus está ali, mais perto?
Fé? Sim, talvez... E a paz, a paz imensa
Da vida, após aquela que se foi...
Perdoarei, se houver quem me perdoe,
Deixai-me crer nalguém que, ainda, não pensa!
Deixai-me com a música secreta
Que nenhum sono calmo já desfez,
E seja esta cegueira e esta surdez
A última esperança do Poeta!
Pedro Homem de Mello (1904 - 1984)
1 comentário:
Sendo ainda uma criança,
acabada de nascer,
é cedo para saber
se este ano, quando crescer,
nos traz alguma mudança
para esta crise vencer!
JCN
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