Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

A daily stopover, where Time is written. A blog of Todo o Tempo do Mundo © / All a World on Time © universe. Apeadeiro onde o Tempo se escreve, diariamente. Um blog do universo Todo o Tempo do Mundo © All a World on Time ©)

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Janela para o passado - cura para a tuberculose, 1922

Relógios Timberland, 1997


 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Armin Strom no Relógios & Canetas online


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Meditações - Why Do Ticking Watches Give Us Goosebumps?

Why Do Ticking Watches Give Us Goosebumps?

It's the time when darkness takes its hold, and the faintest of sounds can set our hearts racing. Have you ever noticed that sinister feeling when you hear the relentless ticking of a watch in a horror movie? The human brain is wired to pick up irregular sounds. When an everyday, rhythmic sound becomes erratic, it can trigger a sense of unease. This phenomenon and uncover is an effective scare tactic.

obaku denmark

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Faleceu Manuel da Silva Matos, Diretor Criativo e de R&D do Grupo Frederique Constant


Faleceu Manuel da Silva Matos, o relojoeiro português que, durante 17 anos, foi o Diretor Criativo e de R&D do Grupo Frederique Cosntant. Convivemos com ele nas mais diversas situações, sobretudo quando ainda existia a Baselworld. Ou quando visitávamos a manufatura, em Plan-les-Ouates, em Genebra. Um homem de grande saber - esteve no desenvolvimento do primeiro calendário perpétuo da marca. E de grande afabilidade. Ficará na nossa memória.


A triste notícia acaba de nos ser dada por Yasmina Pedrini, outra amiga que temos no Grupo Frederique Constant, responsável pela relação com a Imprensa.

A manufatura emitiu o seguinte comunicado:

IN MEMORY OF MANUEL DA SILVA MATOS

It is with great sadness that we announce the passing of Manuel Da Silva Matos, Creative & R&D Director at Frederique Constant Group, after a courageous battle with illness.

For more than 17 years, Manuel played a pivotal role in shaping the creative identity of Frederique Constant, Alpina Watches, and Ateliers deMonaco.

His artistic vision, technical mastery, and unwavering dedication have left an indelible mark on all three brands.

Through his expertise in horological conception and construction, Manuel also contributed greatly to the development of our Manufacture and complication collections, strengthening the horological know-how and creative excellence of the Group.

His recent creations, including the Classics Manchette, Classics Moneta, and Alpiner Extreme, perfectly illustrate his legacy of innovation, elegance, and craftsmanship, and will remain key references in our product history.

Manuel will be profoundly missed by all who had the privilege of working with him.

Our thoughts and deepest condolences go to his family.

With gratitude and remembrance,

The Frederique Constant Group Family

Em baixo, algumas fotos com Manuel da Silva Matos.

 






Relógios Seiko abrem boutique em Lisboa


Abre brevemente em Lisboa, numa transversal da Avenida da Liberdade, uma boutique da manufatura relojoeira japonesa Seiko.

Janela para o passado - creme Hyalomiel, 1922

Relógios Timex, 1997


 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Breitling no Relógios & Canetas online


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Meditações - Espera

ESPERA

Horas, horas sem fim,

pesadas, fundas,

esperarei por ti

até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa

e floresça.

Até que um pássaro me saia da garganta

e no silêncio desapareça.


Eugénio de Andrade

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Boutique jóias Buccellati abre em Lisboa

Abre no início do próximo ano, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, uma Boutique da casa joalheira italiana Buccellati.




Janela para o passado - pastilhas que se chupam como um bombom, 1922

Relógios Camel, 1997


 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Wempe no Relógios & Canetas online


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Meditações - a vastidão dos tempos cosmológico e geológico

UM MILHÃO DE ANOS, UMA MIGALHA NO TEMPO DA TERRA


No dia-a-dia, o tempo mede-se em horas, minutos e segundos nos mostradores dos nossos

relógios de pulso. Na História, mede-se em anos, séculos e milénios, usando, para tal,

pergaminhos e outros documentos com significado cronológico. Na Pré-história faz-se outro

tanto com base em objectos vários e fala-se de milhares e, em muitos casos, de milhões de

anos.


A escala do tempo dilata-se ao historiarmos o passado geológico e ainda mais se recuarmos

aos começos do Sistema Solar e do Universo, onde os milhares de milhões de anos marcam as

etapas percorridas com uma imprecisão que se esfuma nessa “eternidade”. Mil milhões de

anos a mais ou a menos nos primórdios da matéria de que somos feitos representam o mesmo

grau de imprecisão do milhão de anos a mais ou a menos no tempo dos dinossáurios, do mais

ou menos um ano na história do velho Egipto, ou do mais dia - menos dia, mais minuto -

menos minuto, no tempo que estamos a viver. No decurso da nossa existência revemos, sem

dificuldade, o nosso tempo, o dos avós e até o da História, mas é com esforço que abarcamos

ou evocamos a vastidão do tempo geológico, que só encontra paralelo na imensidão das

distâncias astronómicas.


Como na História, também a Geologia necessita de documentos e esses temo-los nas rochas,

quer sejam os fósseis, quer alguns dos seus minerais contendo isótopos radioactivos. Entre as

variáveis susceptíveis de serem correlacionadas com o tempo, apenas duas – a evolução

biológica e a desintegração radioactiva natural – têm lugar de forma irreversível, uma vez que,

qualquer destes dois processos se desenvolve apenas num sentido. Porque de uma história se

trata, a Geologia tem no tempo um dos seus pilares, sendo aí encarado sob duas perspectivas

distintas: a de tempo relativo e a de tempo absoluto.


Na perspectiva de tempo relativo procura-se saber se um dado evento ocorreu antes, depois

ou em simultâneo com outro, isto é, se lhe foi anterior, posterior ou contemporâneo. De há

muito que as relações geométricas, observáveis no terreno, entre os diversos corpos rochosos

aflorantes, têm sido utilizadas no estabelecimento da ordenação cronológica dos

acontecimentos geológicos de que são testemunhos. Uma tal ordenação é particularmente

evidente nas rochas estratificadas, nas quais os estratos ou camadas se sucedem numa

imediata sugestão de sequência no tempo. Tal ordenação é a mesma patenteada numa pilha

de papéis na secretária de um burocrata. A relação entre o empilhamento dos estratos

rochosos e o curso do tempo chamou a atenção do dinamarquês Nicolau Steno, no século XVII,

constituindo uma das primeiras ideias fundamentais da geologia, conhecida por Princípio da

Sobreposição, segundo o qual, numa sequência estratificada não deformada, qualquer camada

é mais moderna do que as que lhe ficam por baixo e mais antiga do que as que se lhe

sobrepõem. Evidente à luz dos conhecimentos actuais, este princípio representa um avanço

notável para a época em que foi enunciado. Nele se relacionam, pela primeira vez, as rochas

estratificadas com o processo de deposição progressiva dos sedimentos que as integram, a que

corresponde uma ideia de sucessão no tempo.


Como marcos cronológicos, também os fósseis, escalonados na cadeia evolutiva da

biodiversidade, nos permitem uma abordagem do tempo relativo. No que se refere à evolução

biológica, desde há muito que se constatou, através dos fósseis, que as espécies animais e

vegetais do passado foram surgindo ao longo da história da Terra, se mantiveram durante

períodos mais ou menos longos, acabando, quase sempre, por se extinguir, não voltando a

aparecer.

 

Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro a reconhecer os fósseis como testemunhos de

outras vidas em épocas passadas. Até então e mesmo depois dele, os fósseis eram vistos como

caprichos da natureza. Só no século XVIII se estabeleceu definitivamente a sua interpretação

como restos de seres vivos do passado.


Os fósseis representam, assim, elos de uma cadeia de complexidade crescente. Neste

entendimento, e graças ao muito trabalho dos paleontólogos, sabemos, por exemplo, que as

camadas de rochas sedimentares com fósseis de trilobites são mais antigas (Paleozóico) do

que as que conservam ossadas de dinossáurios (Mesozóico) e que estas, por sua vez, são

anteriores às que serviram de jazida aos mamutes ou aos australopitecos (Cenozóico), nossos

avós. Este raciocínio, aqui exemplificado para grandes intervalos de tempo, ao nível das eras

geológicas, faz-se correntemente para intervalos mais curtos, como são os representados

pelos sistemas (períodos), séries (épocas), andares (idades), subandares e outros ainda mais

reduzidos. O mesmo tipo de conhecimentos habilita-nos a considerar geologicamente

contemporâneas todas as rochas que, em quaisquer lugares, contenham os mesmos fósseis.

Aplicável a muitíssimas espécies fósseis conhecidas, estes raciocínios têm vindo, a partir do

século XIX, a permitir escalonar no tempo o conjunto das sequências de rochas sedimentares,

onde se encontra o essencial do registo fóssil de toda a biodiversidade que nos antecedeu. E

também em rochas metamórficas, num grau de intensidade relativamente baixo

(anquimetamorfismo), como é o das séries paleozóicas de Norte a Sul de Portugal.

Na outra perspectiva, a do tempo absoluto, passível de quantificação, o tempo tem o sentido

de duração e, assim, refere o intervalo que medeia dois acontecimentos ou o que decorreu

entre um deles e o momento presente, isto é, a sua idade. Uma das vias mais frutuosas na

medição do tempo geológico nasceu com a descoberta da radioactividade por Henri

Becquerel, em 1896, e ganhou corpo com os trabalhos sobre a constituição e funcionamento

do núcleo atómico levados a efeito por Marie e Pierre Curie e muitos outros físicos. Tais

avanços da ciência, com reflexos na medição do tempo, foram sabiamente aproveitados por

vários investigadores, entre os quais o geólogo inglês Arthur Holmes, que “só não foi prémio

Nobel porque a Geologia não figura entre as disciplinas contempladas no respectivo

regulamento”.


Executadas por rotina em muitos laboratórios de todo o mundo, as determinações de idade

isotópica (baseada no comportamento natural de alguns isótopos radioactivos) de alguns

minerais permitiram-nos enquadrar, em termos de cronologia absoluta, as grandes etapas da

história da Terra a da Vida, muitas delas, de há muito definidas em termos de idade relativa.

Sabemos hoje que o planeta Terra se formou há aproximadamente 4540 Ma, que os

dinossáurios não avianos (as aves, hoje aceites como descendentes de um certo grupo de

dinossáurios, são, assim, dinossáurios avianos) fizeram a sua aparição há cerca de 235 Ma e

que desapareceram, de vez, há 65 Ma. Sabemos que o granito das Beiras tem à volta de 300 e

que o de Sintra, apenas 85 Ma. E a lista de rochas e de acontecimentos de que conhecemos a

idade absoluta é imensa e não pára de crescer.


O trabalho monumental empreendido pelos paleontólogos, ao longo dos séculos XIX e XX,

permitiu, como se disse, um aceitável escalonamento no tempo, baseado nos fósseis, e o

estabelecimento de eras, períodos, épocas e outras divisões temporais mais finas.

Posteriormente, mercê dos avanços no conhecimento geológico e dos progressos da física dos

isótopos e das tecnologias de análise, dispomos hoje de uma escala cronostratigráfica na qual,

com pormenor sempre melhorado, as divisões temporais, baseadas nos fósseis, estão

agrupadas em intervalos de tempo de diferentes hierarquias, cotados por valores numéricos

 

referidos à unidade de tempo geológico adoptada, isto é, o milhão de anos, nada menos do

que dez mil séculos, uma enormidade no horizonte temporal das nossas vidas, mas uma

migalha no tempo da Terra.


Notas:

A maioria das pessoas nunca mentalizou a ideia de milhão, mas pode fazê-lo nos dois

exemplos abaixo.

(1) Um caminho que nos conduz à referida ideia, é a de darmos uma badalada por segundo no

sino de uma qualquer igreja. Então, para completarmos 1 000 000 de badaladas, teríamos de

estar permanentemente activos, durante 11 dias, 13 horas, 46 minutos e 40 segundos, sem

comer, nem dormir, nem descansar.

(2) Para, numa balança de precisão, equilibrarmos um grama de peso, temos de lá colocar 62

grãos de arroz. Uma regra de três simples diz-nos imediatamente que cem grãos pesam 1,61 g,

que mil grãos pesam à volta de 1,6 kg e que um milhão deles perfaz cerca de 16 kg. Dito de

outra maneira, precisaríamos de 16 sacos como os que se vendem no mercado, para guardar 1

000 000 de grãos desse arroz e ainda ficam de fora 100 g deste cereal.

 

António Galopim de Carvalho

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Boutique relógios A. Lange & Söhne em Lisboa

Abre no início do próximo ano, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, uma boutique A. Lange & Söhne, manufatura alemã de Alta Relojoaria

Janela para o passado - adivinhar o futuro, 1922

O júri do Grande Prémio de Relojoaria 2025


Desde 2017 que o Anuário Relógios & Canetas organiza o Grande Prémio de Relojoaria, evento único no país, que distingue as peças mais importantes, em várias categorias, além de premiar personalidades ou instituições que se tenham destacado no setor. Coincidindo com a saída da edição 2026 para as bancas, em Meados de Dezembro, serão conhecidos os galardoados da edição 2025. Esteja atento às plataformas digitais onde o Anuário marca presença. 

Este ano, como habitualmente, o júri será presidido por Fernando Correia de Oliveira, Editor-Chefe do Anuário, que apenas tem voto de qualidade, em caso de ocorrerem empates.

Dos anos anteriores, mantêm-se João Santos, António Ponces de Carvalho, Jaime Ferreira Ribeiro, Gregor Zemp e Carlos Torres. E entra Margarida Vaqueiro Lopes, jornalista, Editora-Executiva do Diário de Notícias.

Relógios TAG Heuer, 1997


 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Vacheron Constantin no Relógios & Canetas online


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Meditações - horas espelho

Horas espelho: o que são e o que significa ver horas iguais?


Todos nós olhamos para o relógio inúmeras vezes durante o dia. Se você tende a enxergar

horários de mesma hora e minuto, pode ser que o universo queira lhe dizer algo e você não

saiba. Descubra o que é.

 

Horas espelho

Encontrar as horas espelho tem que ser fruto do acaso, não vale a pena colocar alarme para

encontrá-las.


Talvez você nunca tenha ouvido falar disso, mas são aqueles horários (hora e

minutos) que se repetem antes e depois dos dois pontos em um relógio digital, como: 11:11h,

22:22h ou 08:08h. Devem seu nome ao fato de os dígitos serem refletidos como se estivessem

em um espelho.

 

É óbvio que isso acontece 24 vezes por dia, mas talvez você não soubesse que todas elas

possuem significado e simbologia, desde que você as encontre por acaso ao olhar o relógio.

 

Existem várias teorias sobre as 'Horas-espelho'.

Não é algo comprovado pela ciência, mas está intimamente ligado à numerologia e à

astrologia. Tudo isso se conecta com a ideia de sincronicidade de Carl Gustav Jung, psiquiatra

suíço do final do século 19. Ele desenvolveu a teoria de que quando dois ou mais eventos se

desenvolvem simultaneamente não é uma mera coincidência, mas sim um conjunto de sinais

que condicionam a pessoa a tomar uma decisão ou outra.

 

A teoria da sincronicidade é a ocorrência simultânea de dois eventos que aparentemente não

têm ligação entre si, mas que, quando observados por uma pessoa, os associam e lhes

conferem um determinado significado.

As horas-espelho baseiam-se nesta teoria da sincronicidade, de modo que se olharmos para o

relógio às 15h15, não foi uma coincidência, mas sim devido a algo e está recebendo algum tipo

de mensagem.

 

Cada Hora-espelho tem seu significado e geralmente é positivo e encorajador

 

Como dissemos, não tem qualquer base científica, mas sim uma base esotérica ou espiritual, e

os numerosos estudos sobre o assunto atestam isso. Mas bem, ao longo dos anos também

foram desenvolvidas diferentes teorias sobre o que cada uma significa e agora vamos mostrá-

las para você.

 

A primeira hora-espelho do dia

O horário de 00:00h, o primeiro a aparecer, carrega muita simbologia em torno do zero,

sempre associado ao eterno, à criação e ao renascimento. Portanto, representa o começo e o

fim de tudo.

 

O horário de 01:01h está ligado à vida amorosa e às emoções

Se somarmos os dois dígitos desta hora espelho, o resultado é dois, que na numerologia

simboliza a união e os laços mais estreitos, além de geralmente estar associado a novos

começos e novas oportunidades e, sem dúvida, a mudanças.

 

hora-espelho 12:12h

As horas de espelho nada mais são do que uma mensagem que o universo e os anjos nos

enviam para nos dizer algo, ou para nos tranquilizar sobre algo que nos preocupa.

Tenha cuidado se você ver 02:02h: estão escondendo algo de você!

Não se trata de desconfiar de alguém, mas de prestar mais atenção em si mesmo, pois pode

ser que alguém esteja escondendo algo de você. Sem dúvida é um sinal para não perder a

confiança em si mesmo e lutar por aquilo que acredita.

 

Abaixo mostramos em uma tabela o restante do significado de todas as horas-espelho:

 

HORAS-ESPELHO

SIGNIFICADO

03:03 Alguém fala mal de você

04:04 É momento de mudar seus hábitos para melhorar sua saúde

05:05 Tem um amor muito perto de você; é alguém que você conhece

06:06 Você é essencial para alguém, mas é hora de reafirmar seu amor próprio

07:07 É a confirmação dos anjos: o que você almeja se tornará realidade

08:08 Tenha cuidado e não confie em todos

09:09 Pare de oferecer tanto aos outros e reserve um tempo para você

10:10 O fim de um ciclo se aproxima e mudanças estão chegando em sua vida

 

11:11 Faça uma pausa e reduza o estresse

12:12 É o momento ideal para fazer um desejo

13:13 Os anjos incentivam você a fazer uma mudança para que seu desejo se torne realidade

14:14 Elimine a frustração e, se você falhou, tente novamente

15:15 Seu ex-parceiro se lembra de você ou uma grande história de amor está surgindo

16:16 Elimine pensamentos negativos para seguir em frente

17:17 É hora de se renovar e trazer à tona o seu lado mais criativo

18:18 É um momento de incerteza no amor, mas siga sua intuição

19:19 Você precisa meditar e ter um confidente

20:20 Aquela pessoa que você ama também está pensando em você

21:21 É a hora do sucesso, algo bom acontecerá em breve

22:22 Hoje a ligação virá daquela pessoa especial que você tanto esperava

23:23 É considerado um lembrete para pensar em si mesmo

 

Resumindo, deixe que isso sirva para animar o seu dia porque obviamente isso, no máximo,

pode determinar o seu futuro agora que você sabe. Mas será algo psicossomático!


Montse Hidalgo. Lido aqui

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Memorabilia - chocolates, relógios Jaeger-LeCoultre


"Portugal e o Tempo" levou-nos até ao Podcast de Carlos Fiolhais e David Marçal no PÚBLICO

Estivemos hoje na redação do PÚBLICO em Lisboa, com Carlos Fiolhais e David Marçal, autores do Podcast "Mais lento do que a Luz". Na próxima segunda-feira vamos estar à conversa com eles, em direto. Para falar de Portugal e o Tempo, recentemente editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.




Janela para o passado - le corset JUvenil, 1922

Relógios Tissot, 1997


 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Urwerk no Relógios & Canetas online


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Há 80 anos - Hora de Inverno

Breve na primeira página do Diário de Notícias de 27 de Outubro de 1945 e anúncio no interior (arquivo Fernando Correia de Oliveira). Sobre a Hora Legal, ler ainda aqui.

Meditações - Parem já os relógios

Parem já os relógios, corte-se o telefone,

dê-se um bom osso ao cão para que ele não rosne,

emudeçam pianos, com rufos abafados

transportem o caixão, venham enlutados.

Descrevam aviões em círculos no céu

a garatuja de um lamento: Ele Morreu.

no alvo colo das pombas ponham crepes de viúvas,

polícias-sinaleiros tinjam de preto as luvas.

Era-me Norte e Sul, Leste e Oeste, o emprego

dos dias da semana, Domingo de sossego,

meio-dia, meia-noite, era-me voz, canção;

julguei o amor pra sempre: mas não tinha razão.

Não quero agora estrelas: vão todos lá para fora;

enevoe-se a lua e vá-se o sol agora;

esvaziem-se os mares e varra-se a floresta.

Nada mais vale a pena agora do que resta.


W. H. Auden, Funeral Blues

domingo, 26 de outubro de 2025

Janela para o passado - automóveis Renault, 1922

Relógios Burberrys, 1997


 (arquivo Fernando Correia de Oliveira)

Os relógios Ulysse Nardin no Relógios & Canetas online


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Meditações - No silêncio do apartamento, tic tac tic tac

Quando a vó morreu, sendo eu a neta mais velha, herdei dela o relógio cuco. Contava a minha

avó que o vô ganhara de seus pais, que por sua vez ganharam de presente de casamento,

ainda quando viviam na Alemanha, nem se sabe há quanto tempo!

O cuco já não abre mais a janelinha nem canta mais. Eu não quero ouvir cuco nenhum

cantando nem quero levá-lo para consertar. O que me importa é que ainda marca as horas

com seu tic tac barulhento, com o qual já me acostumei. Assim que acordo e abro os olhos

vejo o relógio na parede.

Tic tac tic tac…e lá vou eu correndo, sempre atrasada, sempre com um compromisso urgente,

sempre com algo importante por fazer, pessoas por encontrar, reuniões, visitas, uma agitação

constante. Telefone que toca, celular que me chama, zap zap aos montões e lá vou eu para

mais um dia de luta – quanta luta, meu deus!

No entanto, hoje é domingo. Chove muito e o dia cinzento e frio não me deixa sair da cama.

Nenhum compromisso, nenhuma visita, nada. Olho o relógio. Nove horas e cinco minutos.

Espreguiço-me gostosamente, vou ao banheiro, tomo água, abro a cortina. Poucos carros,

pouca gente, pouco barulho, nenhuma pressa, fecho a cortina e volto para cama. O cuco

alemão está lá tic tac tic tac.

Não quero ler. Não quero ver filmes na TV. Não quero abrir o computador. Não ando curiosa

para saber quem curtiu o que publiquei. Não me interessa quem já postou mensagens, fotos,

vídeos, aquela mesma chatice sem fim. Quero um chá. Sim. Uma caneca bem grande. Com

açúcar mascavo. Chai indiano, com leite. Yes!

Com o chá saindo fumacinha volto para cama. O relógio marca nove horas e quarenta. No

criado-mudo procuro um CD. Uma música bem calma. Relaxante. Vivaldi. Sim, pode ser. Tenho

inúmeros. Gosto imensamente de violino. Adoro Vivaldi. Nada de Quatro Estações. Existem

peças maravilhosas. Músicas lindas além da primavera-verão-outono-inverno! Volto para a

cama quentinha, debaixo do edredom. Ligo o celular…

Que preguiça: dezenas de vídeos, os mais chatos e desimportantes do mundo. Acho que estão

todos no whatsapp. Mensagens, fotos e mais fotos de bom dia, bom domingo, agradeça a

deus, não peça nada…e eu não peço!

Deixo o celular sobre a mesinha de cabeceira e já são quase dez horas, faltam cinco minutos.

No silêncio do apartamento, tic tac tic tac.

O quentinho da cama, o calorzinho das cobertas, o barulhinho da chuva, Vivaldi bem baixinho.

Ah, que sono me deu! Me enrosco novamente em minha manta florida e tiro um bom cochilo.

Acordo meia hora depois, com mais preguiça ainda. Até o Thomas veio se deitar entre as

minhas pernas.

Ele também deve estar desanimado, não posso abrir a janela e ele não pode sair andando por

aí. É um gato muito independente e raramente fica calmo assim. Pego o Thomas no colo.

Pertinho de mim. Converso com ele. Faço carinho e ele ronrona feliz.

Levanto e o relógio na parede marca quase meio dia. Tic tac tic tac .Vou novamente ao

banheiro e com o Thomas nos braços vamos, os dois, até a área de serviço: troco sua areia,

coloco mais ração e encho o seu coxinho com água limpa. Duas bolinhas de borracha. Fios de

lã. Uma lixa colada no azulejo. Tudo por ele e para ele. É um sortudo este lorde inglês.

O tic tac se faz ouvir enquanto estou na cozinha. Tenho fome, mas não muita. Também não

tenho muitas opções. Bananas, torradas, mussarela e ovos. Pronto. Ligo a TV. Eca. Vou

zapeando para cima e para baixo e nada me apetece. Volto para cama e abro o computador.

Os jornais do dia. Filmes. Facebook.

Pego o livro que estou quase terminando de ler e vou para o sofá da sala. Tic tac tic tac. Uma

hora. Nem abro o livro e começo a admirar o velho relógio. Olho para ele como se nunca antes

o houvera visto. Há mais de cinco anos ele se encontra no mesmo lugar, sem que saia o cuco

que anuncia as horas, sem o piado típico do passarinho cantante mas é um objeto lindo.

Fico pensando no artesão que, em uma única peça de madeira, realizou esta obra utilizando,

quem sabe, as ferramentas mais elementares para formar os desenhos, desenhar os cachos de

uva, trabalhar a casinha do cuco!

Quantas horas se passaram até que chegasse até a minha vó e depois dela, até a mim! Horas

de aflição, horas de espera, horas felizes; horas muito lentas e outras que passaram rápido

demais. Quanto tempo, quantas horas; quanta vida, quantas gerações; em tantas paredes, em

tantas casas, tanta história. Meus antepassados.

Meus antecedentes que sofreram com as penúrias da chegada em um país selvagem onde

tudo estava ainda por fazer. Fui viajando naquela caixinha de madeira ainda capaz de

hipnotizar-me com seu tic tac melancólico.

Me levantei do sofá. Peguei um paninho e, com carinho extremo, limpei cada cantinho do

relógio. Passei lustra móveis. Coloquei óleo em suas engrenagens cansadas. Limpei o

passarinho também, só faltei lhe dar alpiste! Voltei o relógio para o seu lugar de sempre na

parede da sala e suspirando fundo decidi, no dia seguinte, levá-lo ao relojoeiro no centro da

cidade.

Queria de volta o cuco saindo e cantando a cada hora marcada. Queria de novo o relógio da

vovó, inteiro, na parede da minha sala. E quando meus filhos voltassem do final de semana eu

teria uma admirável história para contar …

  

Rosângela Maluf. Lido aqui