PÓS SEM TEMPO. ''Só os livros transpiram fisicamente um pó de tipo particular, o pó do tempo'', disse-o Eduardo Lourenço (que bem o sabia). Deixar acumular o pó dos livros é também um gesto de afecto, acrescenta Minês Castanheira em crónica no Público de hoje. Tal como vemos nos azulejos de António de Oliveira Bernardes, de c. 1710, em S. Francisco de Alenquer, onde o artista representou uma biblioteca de monges. Sabedorias antigas são estas, porque ''feitas de pó de estrelas'' (e recorro à poetisa Ana Luísa Amaral), outra referência assertiva no nosso diálogo surdo com esse longo tempo certo que só existe, vivo, nas páginas dos nossos amigos livros.
Vítor Serrão
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