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domingo, 4 de novembro de 2012

Os Knoblich, uma dinastia lisboeta de relojoeiros de origem alemã


A revista municipal Lisboa, no seu nº 3, de Outubro de 2012, trás uma reportagem com o relojoeiro José Vicente Knoblich, da empresa familiar Relojoaria Justus de Knoblich & C., na Baixa Pombalina.



A família Knoblich está há três gerações em Portugal. O avô de José Vicente, Jeremia Knoblich, um alemão de Hamburgo, terá vindo a Portugal para reparar o relógio do Castelo de Palmela.

Conheceu, entretanto, uma portuguesa, e casou. Adquiriu em 1820 a relojoaria Casa Justus, que durante décadas, até 1950, comercializou relógios de caixa alta e de parede com o nome Justus no mostrador.

Com o incêndio do Chiado, em 1988, a Casa Justus desapareceu e a Relojoaria Justus de Knoblich & C. mudou-se para onde ainda hoje se encontra [era anteriormente a Ourivesaria Cayres]. Pelo meio, houve a expulsão do avô, durante a I Guerra Mundial, por ser alemão. E o seu regresso.

Segundo a História do Tempo em Portugal - Elementos para uma História do Tempo, da Relojoaria e das Mentalidades em Portugal (Diamantouro, 2003), um tal A. Justus, foi fundador da Relojoaria Justus e relojoeiro da Casa Real.

Já Jeremia Knoblich, tem entrada no Relógios e Relojoeiros - Quem É Quem no Tempo em Portugal, (Âncora, 2006): Relojoeiro alemão, estabelecido em Lisboa de 1824 a 1906. Foi pai dos relojoeiros Henrique e Óscar Knoblich. Artista muito considerado, construiu um relógio astronómico para o Observatório Astronómico de Lisboa, onde ainda se encontra.


O relógio do Castelo de Palmela referido no artigo, da autoria de Henri Rossius



No artigo, José Vicente Knoblich refere que terá sido o avô a fabricar o relógio do Castelo de Palmela. Tal não será exacto. O relógio da torre sineira da Igreja de Santiago, no Castelo de Palmela, data de 1752 e foi feito em Liége, hoje Bélgica, nas oficinas de Henri Rossius. E não tem registo de ter sido reparado por Jeremia, embora tal tenha sido possível. O que aconteceu de facto foi que C. [Manuel] Oscar Knoblich, um dos filhos de Jeremia, e pai de José Vicente, o reparou, em 1907, como consta de uma placa nele colocada. Em 1997, foi reparado pela última vez, pela Jerónimo & Filhos, de Braga.

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