Nesse relógio o motor é a água. Introduzida em um pequeno reservatório ou bacia, onde é conservada em nível constante, sai por uma abertura de alguns milímetros, e cai de pequena altura em um barquinho dividido em dois repartimentos iguais, soldados em ângulo recto ao eixo da haste que move o pêndulo. Logo que o pêndulo perde a posição vertical e começa a oscilar, o barquinho apresenta sucessivamente os seus dois repartimentos de baixo do orifício do reservatório, de sorte que quando um se abaixa pela carga da água, o outro levanta-se. Esta alternativa gera o movimento que perpetua a oscilação do pêndulo, e este, por seu turno, regula a velocidade do movimento.
Ao mesmo tempo, a água que sai a cada oscilação do pêndulo cai em outro barquinho e o faz oscilar isocronicamente com o pêndulo. Este segundo barquinho, por meio de uma alavanca soldada no seu eixo, transmite o movimento à primeira roda, que indica os segundos; desta roda o movimento é transmitido a outra que dá os minutos, e enfim à que indica as horas. A transmissão do movimento faz-se sem engrenagem, por meio de simples alavancas.
In "O Comércio do Porto" de 14/11/1867, n.º 260 - págs. 1 e 2 (O Observatório Minerva é o Observatório Astronómico do Vaticano)
Contribuição de Alexis Passechnikoff
Sem comentários:
Enviar um comentário