Deus nos pede do tempo estreita conta
E é forçoso dar contas a Deus, do tempo.
Mas como dar ao tempo, tanta conta
Se se perde, sem conta, tanto tempo?
Para fazer o tempo a minha conta
Dado me foi, por conta, muito tempo.
Mas não cuidei do tempo e foi-se a conta,
e eis-me agora sem conta, eis-me sem tempo.
Ah! Vós que tendes tempo e tendes conta
Não o passeis, sem conta, em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo o terdes conta.
E, se quem isto conta do seu tempo,
Tivesse feito a tempo apreço e conta,
Não chorava sem conta, o não ter tempo.
Anónimo, atribuído a um Frei Castelo Branco (séc. XVII)
segunda-feira, 18 de junho de 2012
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1 comentário:
De tantas contas fazer
anda o tempo confundido,
podendo até suceder
perder-lhes todo o sentido!
JCN
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