Teriam sido feitos para o mercado português, mais propriamente para o Exército português, nomeadamente para o que prestava serviço em Moçambique e São Tomé e Príncipe, como se depreende do mostrador e do fundo gravado.
Não conhecíamos estes modelos e reparámos, desde logo, em várias coisas: não há logótipo da Heuer no mostrador; o acento na palavra Príncipe está mal colocado; a palavra "Fuerças" é um misto de espanhol e português. "Fuerças Armadas Portuguesas Ultramarinas" é uma designação que nunca vimos empregue para o Exército português no seu período colonial.
Consultámos Calibre 11, um dos grandes especialistas mundiais em Heuer e TAG-Heuer, o nome actual da marca, depois da fusão ocorrida em 1985 com a Thechniques d'Avant Gard.
Calibre 11 pensa que as peças são genuínas, o que afastaria a hipótese de os relógios serem réplicas, mas podendo mesmo assim ser falsos. "O não haver logótipo no mostrador é muito raro, mas possível", disse-nos. "E, nos anos 70, com as dificuldades que a indústria relojoeira europeia atravessava, encomendas mais ou menos cuidadas eram aceites, a qualquer preço", faz notar.
Estação Cronográfica deixa aqui o desafio: algum dos nossos leitores tem ou sabe mais alguma coisa sobre estes Heuer? Seria lógico que houvesse, pelo menos, mais uma edição, Angola. Alguém terá exemplares desses?
2 comentários:
Que história curiosa! Porque não tentas o Estado-Maior do Exército?
LPA
é uma hipótese, claro; outra é haver particulares ainda vivos com relógios destes, e que tomem contacto com a notícia e se cheguem à frente...
haja esperança!
Enviar um comentário