Certamente, os adivinhos que interrogavam o tempo para saber o que ele ocultava no seu seio não o experimentavam nem como vazio nem como homogéneo. Quem tem em mente esse facto, poderá talvez ter uma ideia de como o tempo passado é vivido na rememoração: nem como vazio, nem
como homogéneo. Sabe-se que era proibido aos judeus investigar o futuro. Ao contrário, a Tora e a prece ensinam-se na rememoração. Para os discípulos, a rememoração desencantava o futuro, ao qual sucumbiam os que interrogavam os adivinhos. Mas nem por isso o futuro se converteu para os judeus num tempo homogéneo e vazio. Pois nele cada segundo era a porta estreita pela qual podia penetrar o Messias.
Walter Benjamin (1892-1940), filósofo alemão
domingo, 13 de junho de 2010
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