sábado, 20 de junho de 2015
Há dez anos - em Paris, com os relógios Louis Vuitton, para o lançamento do Speedy
Há dez anos, em Junho de 1005, publicávamos na revista Internacional Horas & Relógios uma reportagem sobre o lançamento do relógio Speedy da Louis Vuitton, a que assistimos meses antes, num barco, navegando o Sena, por meio de Paris. Na foto de cima, Albert Bensoussan, à altura responsável pelos relógios Louis Vuitton e hoje à frente do pólo de Relojoaria e Joalharia do grupo Kering.
O artigo na Internacional Horas & Relógios:
Depois da Tambour
LouisVuitton lança nova linha, Speedy
Fernando Correia de Oliveira, em Paris
Com uma aparência “neo-retro” e fazendo recordar em alguns pormenores o mundo automóvel, a Louis Vuitton acaba de lançar no mercado a sua segunda linha de relógios, que baptizou com o nome de Speedy.
Uma das mais prestigiadas manufacturas de luxo, com fama a nível mundial, a Louis Vuitton continua a ter o seu core business no sector das malas e marroquinaria, mas os relógios, iniciados em 2002 com a linha Tambour, tiveram tal sucesso que a marca se abalançou em alargar a oferta, criando os Speedy.
A indústria do luxo vive em permanente contradição – para sobreviver, precisa de vender cada vez mais, mas para manter o estatuto de exclusividade – a sua principal característica – não pode massificar. A Louis Vuitton, um dos grandes alvos das falsificações, tem conseguido resolver esse problema com a venda dos seus produtos apenas nas cerca de 350 lojas de marca espalhadas pelos sítios mais prestigiados do globo. Lisboa é das poucas cidades com duas boutiques LV. Uma delas, na Avenida da Liberdade, inaugurada há apenas um ano, junta-se às 120 que, no seio do grupo, também vendem, além dos sacos, malas e outros acessórios, os relógios, que não estão disponíveis em qualquer outro local.
Rapidamente a Louis Vuitton ganhou o respeito dos especialistas e do sector quando se viu que o produto relojoeiro respeitava os padrões de qualidade que a marca tem para os restantes artigos onde estão gravados os mágicos “LV”.
Não estando presentes nas principais feiras anuais – Basileia e Genebra – onde as novidades relojoeiras são apresentadas, a casa francesa convidou para um encontro em Paris a imprensa especializada mundial, para o lançamento da linha Speedy.
“Não descartamos a hipótese de vir a ter um stand em Basileia, mas ainda não chegou o momento adequado”, disse a Internacional Horas e Relógios o responsável do sector Relojoaria da Louis Vuitton, Albert Bensoussan. “Estamos a produzir mais de 20 mil relógios por ano, e menos que 50 mil”, adianta, sem dar os números exactos. O objectivo é conseguir, dentro de cinco ou seis anos, que os relógios representem 5 por cento da facturação da marca, quando hoje apenas constituem 2 a 3 por cento.
Os Speedy, nas suas caixas quadradas, com linhas curvas e sensuais, têm um característico mostrador azul metálico, com a parte de trás gravada com o característico padrão LV. Os modelos vêm declinados para homem e senhora, em pulseiras de aço ou pele. Há cronógrafos de movimento automático e modelos de quartzo. Estes últimos podem ter a função de duplo fuso horário: os Duojet têm dois mostradores e um sistema patenteado LV que permite que os ponteiros de ambos funcionem em tandem. Mais, o segundo tempo pode ser acertado de meia em meia ou de quarto em quarto de hora, já que há zonas do globo onde a diferença horária tem essas fracções.
Olhe para um mapa-mundo onde os 24 fusos horários estejam representados, e verá que as linhas não são sempre paralelas, havendo aqui e ali algumas “barrigas”. Nunca tinha reparado? A Louis Vuitton reparou e achou a solução para viajantes exigentes e requintados que se desloquem a sítios tão remotos e exóticos como Katmandu ou as Ilhas Chatham. Com um Duojet no pulso, as diferenças de meias horas e quartos podem agora ser registadas. Só não resolve o efeito de jet lag.
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