Sete planetas.
[...]
Ali vimos desterrado
ir Saturno, velho, prove,
e Jupiter, rico, honrado,
Mares em guerras armado,
Febus como rei se move.
Vimos Venus mui fremosa
e Mercurio escrevendo,
filosofando,
Diana, casta, briosa,
com qu' as aguas vam crecendo
e minguando.
As faldras do Ouriente
vinham ja esclarecendo,
e Venus resplandecente
de seu rosto mui luzente
a sua frol ja perdendo.
Apoio vinha correndo
em seus cavalos fetondos
de Quimera,
o gram Zodiaco vendo
per doze sinos redondos
da espera.
Doze sinos.
Vimos Friso com temor
ir no Verlo polo mar,
e a filha d' Ajenor,
vi com Polus e Castor
Perseo Cancro matar.
Leo em fogos acesos,
vi Virgo desemparando
os terreaes,
e vi Livras com seus pesos
os meritos tosos pesando
dos mortaes.
Vi o fero Escorpiam
passálas aguas sem barco
com a filha de Alciam,
e o velho Teriam,
Sagitareo com seu arco.
Capricornio no outeiro,
na selva de Creta andar
pacendo vi,
e Acarios ser copeiro,
e Cupido vi tornar
em Peixe ali.
Com coroa mui oufana
nos altos ceos colocada,
vi de Baco Adriana
e a fria Tresmontana
d' Apolo mui separada.
Vi a filha de Lucano,
Cenesura, Calistona
e Ouriam,
com as netas d' Oceano,
com seus filhos vi Latona
em o lam. [...]
Duarte de Brito, in Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
sábado, 20 de junho de 2015
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1 comentário:
No "Cancioneiro Geral"
há matéria para tudo,
predominando contudo
o motivo... trivial!
JCN
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