ARRITMIA
A vida é lenta quando a morte tem pressa.
Faço ao corpo a promessa
De que vai acabar em breve o sofrimento
Que o tortura.
Mas, da sua clausura,
O coração,
Na cega obsessão
Com que nasceu,
Diz que não, diz que não,
A baralhar o tempo em cada pulsação
Como um relógio que endoideceu.
Miguel Torga, in Diário XVI, Coimbra, 1995, p. 1604
domingo, 16 de setembro de 2018
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