A cor do tempo
Por onde passa o tempo deixa marcas
seja na pele ou na alma das pessoas,
ainda que se trate de monarcas
dos mais estáveis tronos e coroas.
Ganham caruncho os móveis de madeira,
enchendo-se de mofo os artefactos,
e de maneira quase sorrateira
empalidece o brilho dos retratos.
Imprime em tudo o tempo a sua cor
que muito embora sendo inconfundível
por vezes toma o aspecto de bolor.
Só meu amor, que nunca envelheceu,
o tempo deixa imune e, se possível,
há-de durar… ainda mais do que eu!
João de Castro Nunes
sábado, 29 de junho de 2013
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