(foto Geof Kern)
O Tempo, para a Hermès, não é um inimigo. Antes pelo contrário - o Tempo é para ser desfrutado, derradeiro luxo em quotidianos de stress e velocidade global.
As leituras lúdicas, poéticas, desconcertantes do Tempo começam a ser a assinatura da Maison em termos de Alta Relojoaria.
Desafiando mestres relojoeiros contemporâneos a inovarem na leitura do Tempo, a Hermès coloca-se num nicho muito próprio, sofisticado e ao mesmo tempo puro e simples - as horas e os minutos são aquilo que quisermos fazer deles.
Estação Cronográfica acaba de regressar da China, onde na região de Beijing a Hermès organizou durante três dias o evento Time to Dream, o primeiro que a marca realiza fora da Europa dedicado exclusivamente à sua vertente relojoeira.
Já aqui falámos várias vezes dele - o Hermès Arceau Temps Suspendu foi a vedeta do evento. Concebido por Jean-Marc Wiederrecht, a pedido da Hermès, o relógio levou quatro anos a ser desenvolvido. Mediante um botão, o tempo pode ser suspenso e os ponteiros das horas e dos minutos recolhem-se na zona das 12 horas, enquanto o da data desaparece. Três funções retrógradas, inéditas no mundo da relojoaria de pulso. Quando se quer voltar ao "tempo normal", basta voltar a accionar o botão.
O grupo de convidados, vindos de todo o mundo, ficou hospedado em casas espalhadas pelo gigantesco parque da Commune by the Great Wall, que como o nome indica fica junto à Grande Muralha, nos trechos de Baidaling e Huanghuacheng. As cores outonais e uma bruma persistente ajudaram a criar um ambiente de tempo suspenso.
O Hermès Arceau Temps Suspendu tem uma edição em aço e outra limitada a 174 peças em ouro rosa.
O complexo Commune by the Great Wall é uma colecção privada de arquitectura contemporânea feita por 12 arquitectos asiáticos. O conjunto foi exibido em 2002 na Biennale di Venezia, onde obteve um prémio especial. A área tem hoje 42 edifícios, com 190 suites e 11 suites presidenciais, quatro restaurantes, um spa, piscina, court de ténis...
A versão do Hermès Arceau Temps Suspendu em aço, com mostrador negro.
A primeira experiência da Hermès numa leitura lúdica do tempo foi o Cape Cod, onde as horas podem passar mais depressa ou mais devagar, consoante o módulo escolhido.
Um Guarda Vermelho (neste caso dourado), escultura contemporânea num jardim interior da Commune by the Great Wall.
O grupo realizou um passeio pela Grande Muralha, na zona de Huanghuacheng, no meio de uma bruma que não deixava ver para além de dois ou três quilómetros.
De regresso à Commune by the Great Wall, Luc Perramond, Presidente de La Montre Hermès, explicou a filosofia do Tempo seguida na casa - uma relação distendida.
Jean-Marc Wiederrecht explicou como conseguiu suspender o tempo - o Hermès Arceau Temps Suspendu começa a ser vendido ao público em Novembro.
No dia seguinte, manhã cedo, o grupo experimentou a suspensão do tempo, num evento que a Hermès organizou num vasto descampado, junto a um rio, de novo sob neblina. Para uns irritante, para outros poética, a ajudar ao espírito da coisa...
Uma logística gigantesca para este evento Hermès na China, que contou com mais de 200 convidados.
A dada altura, foi sugerido aos convidados entrar num labirinto, onde se despojaram dos respectivos relógios de pulso.
E entraram numa floresta, onde exemplares do Temps Suspendu podiam ser manipulados.
À saída, o convite para uma partida de Croquet.
Para depois voltar a entrar num espaço fechado, onde um corpo de bailarinos interpretou uma leitura muito especial do Tempo.
De novo cá fora, o convite a um mergulho no mundo imaginário da Hermès, um bestiário fantástico, com o labirinto de novo como pano de fundo.
Os convidados tinham que "pescar" um número e eram aliciados a beber sumo de frutas, através de copos que eram ampulhetas.
Cá fora, o tempo não mudou, mas isso não impediu uma subida em balão.
Visto do ar, era mais claro o labirinto gigante criado pela Hermès para o evento.
Um almoço ao som de harpa virtual (repare, não há cordas...)
O caminho para a mesa que nos estava destinada era assinalado por um homem-árvore. O que será DAT?
Os pratos, sempre numa alusão ao tempo.
Na tarde do último dia, as inevitáveis compras, em Beijing. No sentido dos ponteiros do relógio - Carlos Torres (revista 12), Fernando Correia de Oliveira (Estação Cronográfica), Beatriz Roldan (GQ Espanha), Juan Antonio Gómez (Maquinas del Tiempo) e Anton Vallverdú (Relojes Especiales), regateando o preço de budas potencialmente em prata... (foto Marco Cattaneo).
A despedida a uma Beijing by night, uma noite curta no Beijing Hong Kong Jockey Club House, pois a ida para o aeroporto foi às 06h30... (clique nas imagens, para aumentar)
1 comentário:
O que à China diz respeito
não bate certo connosco,
pois somos um povo tosco
em permanente suspeita!
JCN
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