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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Brasil - um arco-íris gemológico - entrevista a um responsável do IBGM


Luiz Lacombe

Luiz Lacombe chefiou a Delegação Brasileira ao Congresso Anual da CIBJO - The World Jwewllery Confederation, que há dias decorreu em Vicenza, numa série de eventos que, no âmbito da Fiera di Vicenza, tornaram a cidade italiana na capital da joalharia e ourivesaria mundiais.


A Delegação Brasileira durante os trabalhos da CIBJO, em Vicenza



Estação Cronográfica falou com Lacombe, responsável pela Directoria Internacional do Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos (IBGM).

Estação Cronográfica - Das decisões tomadas nas reuniões de Vicenza, quer salientar alguma?

Luiz Lacombe - Todos os assuntos em discussão durante o congresso foram de grande importância para o setor. Ressaltamos a liderança do presidente Gaetano [Cavaglieri] em buscar maior participação associativa e divulgação e ampliação da conscientização para a sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa Social, com ampliação de alianças diplomáticas a exemplo do que vem sendo feito com as Nações Unidas.

EC - A Fiera di Vicenza anunciou estar a negociar uma parceria com o Brasil, para a realização de eventos e ou exposições. Sabe em que modos?

LL -  Durante nossa reunião, foi-nos apresentado o modelo de trabalho a ser desenvolvido entre a Fiera de Vicenza e Dubai Trade Center. Certamente em um mundo globalizado as alianças estratégicas são benéficas aos países, e com o Brasil não seria diferente.

EC - No âmbito das Pedras Coloridas, o Brasil ocupa uma posição interessante a nível mundial. Pode falar-me das especificidades das pedras brasileiras?

LL - O Brasil é reconhecido internacionalmente como uma das principais províncias gemológicas do mundo, tanto pela quantidade quanto pela diversidade e raridade das pedras preciosas encontradas em seu solo. As gemas brasileiras têm alcançado visibilidade mundial, encantado com suas cores, raridade e diversidade. Dos 158 tipos diferentes de gemas, usualmente encontradas e comercializadas no Brasil, os estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia detém as principais jazidas de exploração. Outros estados como: Piauí, Pará, Tocantins e Goiás estão despontando no cenário nacional com a criação de novos pólos de produção e lapidação de diversas pedras preciosas. Nosso país é responsável por cerca de 1/3 das gemas utilizadas no mercado mundial, com exceção do diamante, do rubi e da safira. Somos o único fornecedor de topázio imperial, o segundo maior produtor mundial de esmeraldas e até recentemente éramos os únicos fornecedores da cobiçada turmalina Paraíba. Um verdadeiro arco-íris gemológico, composto por águas-marinhas, topázios, turmalinas de todas as cores, além da versátil e valorizada alexandrita. Uma gama múltipla de quartzos: da sua manifestação mais pura - do incolor cristal-de-rocha - até as violáceas ametistas, citrinos, os perídotos esverdeados, terrosos quartzos fumês e ágatas. Isso sem falar de outras gemas bastante apreciadas pelos joalheiros, como a pedra-da-lua– com seu brilho adularescente – e as belas opalas do Piauí.

EC - Em termos de Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Ética, como acha que o Brasil está, no sector da mineração e transformação de ouro, diamantes e outras pedras preciosas?

LL - Quase a totalidade da produção de ouro brasileira, aproximadamente 90% é realizada por empresas multinacionais que tem uma grande preocupação com direitos humanos, responsabilidade social e ética, também com preocupação voltada ao meio ambiente, com as devidas certificações. O restante da produção é realizada por garimpeiros, que ainda não atingiram o nível de consciencialização das grandes empresas, mas tendo grande evolução nisso e na capacitação para uma exploração sustentável. No que tange à comercialização, obtivemos grande progresso com a implantação pelo IBGM do Programa de Apoio à Formalização da Produção e Comercialização de Jóias, Gemas e Bijuterias no Brasil chamado “Sou Formal, Sou Legal“. Esta ação, que é articulada e integrada com as associações de classe dos Estados e parceiros, visa alertar consciencializar e orientar o empresariado do setor para as vantagens e benefícios em se legalizar, os riscos em operar na informalidade e as formas para organizar e dar sustentabilidade ao seu empreendimento.

EC - As principais organizações internacionais do sector estão interessadas em alargar o âmbito da definição de "diamantes de conflito" no Kimberly Process. Qual a posição do Brasil?

LL - No caso do Brasil, não temos áreas de conflito, mas somos favoráveis a todas novas iniciativas que tragam benefícios gerais, ao setor e à sociedade. Assim, qualquer ampliação para outros segmentos são bem vistas pela nossa entidade.

EC - Fala-se de alargar ao ouro e outros metais preciosos os critérios Kimberly. O que pensa disso?

LL - Conforme mencionado, somos favoráveis à expansão da abrangência dos critérios, isso é bem visto pela nossa entidade. Considerando a sinergia, similitude e maximização dos resultados, o Fórum Brasileiro do Processo Kimberly, ampliou sua atuação, contemplando em suas ações o segmento de gemas coradas, onde o Brasil detém posição privilegiada.

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