Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Meditações - morte

Nem sempre a morte nos causa
pavor ou medo sequer,
pois mais não é que uma pausa,
que não dá para entender!

3 comentários:

João de Castro Nunes disse...

A morte anda comigo de mão dada, fazendo-me constante compnhia:
como se fosse minha namorada,
entre nós reina mútua simpatia.

Com ela me levanto em cada dia
e com ela me deito, sem que nada
motive a mis ligeira anomalia
na minha calma vida costumada.

Mesmo sem ver-lhe o rosto, lindo ou feio,
sinto o seu bafo que me bate em cheio
e quase não me deixa respirar.

Não sai da minha beira um só momento,
questão fazendo de me não largar
até que eu solte o derradeiro alento!

JOÃO DE CASTRO NUNES

João de Castro Nunes disse...

Quando a morte vier, venha depressa,
sem me avisar, sem me bater à porta,
pois verdadeiramente só me importa
que sem rumor de súbito apareça!

Para a enfrentar me encontro preparado
e de mala aviada no meu quarto,
devendo confessar que estou já farto
de por ela esperar... todo arranjado.

Se estiver a dormir, tanto melhor!
que não me acorde, o sonho interrompendo,
caso a sonhar esteja nessa altura!

Nos braços me tomando e me sustendo,
aos pés de Deus com jeito me vá pôr,
de cuja face há muito ando à procura!

JOÃO DE CASTRO NUNES

João de Castro Nunes disse...

A JÓIA DO CARRASCO

Senhora dona morte, quando for
a altura de eu subir ao cadafalso
de tronco nu, sem túnica, descalço,
dá-me um golpe certeiro com vigor!

Da minha parte, em reciprocidade,
terei numa das mãos para te dar
pelo serviço que me irás pretar
uma jóia de grande qualidade.

É peça muito antiga que eu herdei
dos meus antepassados e guardei
para este fim, como é da tradição.

Só tens de proceder com prontidão,
destreza e gestos firmes à mistura
por forma a eu tombar com compostura!

JOÃO DE CASTRO NUNES