Ena Garay, Directora Internacional de Vendas da Zippo, esteve recentemente em Portugal. Estação Cronográfica falou com ela sobre uma das marcas que fazem parte do American Way of Life e da maneira de gerir e fazer crescer um negócio – venda de isqueiros – que aparentemente não terá grande futuro.
Ena Garay
A Zippo está a alargar o seu portfólio – incluindo relógios – sempre na base da lendária garantia vitalícia, que lhe granjeou tanta fama, desde que foi fundada, em Bradford, Pensilvânia, em 1932, por George G. Blaisdell. Nascia então um isqueiro fiável, que se acendia com uma só mão, fossem quais fossem as condições ambientes, e fazia um click reconhecido de imediato quando a tampa se abria (diz-se que serviu para reconhecimento entre soldados americanos, à noite, na II Guerra Mundial). A empresa continua a ser familiar, com a quarta geração a preparar-se para tomar conta do negócio.
- Sim
- Mas, digamos que vender isqueiros, hoje em dia, não será um negócio de futuro, dada a campanha anti-tabagística à escala global. Como ultrapassa a Zippo esse problema?
- Há várias maneiras de abordar a questão. Desde logo, ainda há muitas pessoas que fumam e, como um todo, o consumo do tabaco continua a aumentar – principalmente em mercados em desenvolvimento e emergentes, como a Índia e a China, onde estamos a crescer muito rapidamente.
Depois, os fumadores querem cada vez mais acompanhar o acto de fumar com um objecto muito específico, desenhado especialmente para transmitir uma ligação emocional, e nós damos-lhes isso.
Claro, estamos conscientes de que há cada vez mais regulamentação governamental contra o fumo e de que as várias realidades sociais irão tornar o tabaco cada vez menos aceitável no futuro. Para responder a isso, estamos a desenvolver ao máximo as potencialidades da marca Zippo. Desenvolvemos linhas de acessórios masculinos, de produtos outdoor – e prevemos que, em 2012, o nosso portfólio será em 50 por cento de artigos não relacionados com o fumar.
A marca Zippo é muito forte. Temos, nos Estados Unidos, uma taxa de reconhecimento da ordem dos 95 por cento. Mesmo aqui, em Portugal, se perguntar às pessoas, muitas reconhecerão o nome, ligando-o aos isqueiros.
Zippo representa qualidade, fiabilidade, garantia vitalícia – características que estamos a transportar para outras categorias de produtos.
- Têm boutiques?
- Sim – 13 lojas na Coreia, uns 20 no Vietname, dois no México, em outros países. O nosso próximo passo é a China e a Índia. As lojas Zippo fazem parte da estratégia de crescimento. Nesses pontos, vendemos toda a gama Zippo, não apenas isqueiros.
- Um isqueiro, nestes casos, visto como um instrumento fiável para produzir fogo, e não para fumar…
- Sim, o Zippo é um isqueiro à prova de vento, acende em todas as circunstâncias. Se, além disso, os soldados o usam para fumar…
- Como referiu, os Zippos têm garantia vitalícia. Isso é significativo nas vossas contas?
- O produto é tão fiável, que sabemos poder dar essa garantia. Isso representa uma percentagem diminuta nas nossas contas.
- Isso obriga a ter peças sobressalentes, desde os modelos mais antigos.
- Temos um centro de reparação, na Europa. Damos sempre resposta aos isqueiros que nos chegam. Se, em última análise, um não puder ser reparado, é substituído.- Existe um mercado em segunda mão, coleccionista, com feiras ou encontros, para os isqueiros Zippo?
- É forte, a relação dos Zippo com Hollywood…
- Fortíssima. Estamos presentes em cerca de 1.500 filmes! Desde clássicos premiados como Casablanca até desenhos animados modernos como o Wii, onde o pequeno robot está sempre a acender um Zippo. The Grand Torino, de Clint Eastwood, estamos lá. E acaba de ser apresentado nos festivais uma nova película, Buried (enterrado) – durante 90 minutos conta-se a história de um soldado que é capturado e colocado num caixão, debaixo de terra, vivo. A única coisa que ele tem consigo é um Zippo e um Blackberry, tudo gira à volta disso. Está a obter prémios e muito boa crítica. Estreia em Setembro.
É impressionante – esteja a ver um filme, a ver televisão, quando alguém acende um isqueiro, a grande probabilidade é que seja um Zippo. E isso nota-se logo, pelo som, o tal click, uma das nossas assinaturas.
- Ainda este ano, vão lançar uma linha de relógios. Estarão disponíveis em Portugal?
- Como lhe disse, queremos potenciar ao máximo a força da marca. Zippo é sinónimo de rudeza, autenticidade, resistência, personalidade. A partir do isqueiro, quisemos explorar o princípio da chama – fazer fogo, não apenas para acender um cigarro, mas em todas as circunstâncias, num acampamento, num barbecue… Depois, isso levou-nos ao estilo de vida, no exterior, em contacto com a Natureza – acessórios como aquecedores para mãos, material de campismo. E, agora, aos relógios – serão peças com o mesmo espírito Zippo. A lançar em Setembro, incluindo Portugal.
George G. Blaisdell
O aquecedor de mãos Zippo, um dos produtos de vida ao ar livre com mais sucesso- Fuma?- Sim
- Mas, digamos que vender isqueiros, hoje em dia, não será um negócio de futuro, dada a campanha anti-tabagística à escala global. Como ultrapassa a Zippo esse problema?
- Há várias maneiras de abordar a questão. Desde logo, ainda há muitas pessoas que fumam e, como um todo, o consumo do tabaco continua a aumentar – principalmente em mercados em desenvolvimento e emergentes, como a Índia e a China, onde estamos a crescer muito rapidamente.
Depois, os fumadores querem cada vez mais acompanhar o acto de fumar com um objecto muito específico, desenhado especialmente para transmitir uma ligação emocional, e nós damos-lhes isso.
Claro, estamos conscientes de que há cada vez mais regulamentação governamental contra o fumo e de que as várias realidades sociais irão tornar o tabaco cada vez menos aceitável no futuro. Para responder a isso, estamos a desenvolver ao máximo as potencialidades da marca Zippo. Desenvolvemos linhas de acessórios masculinos, de produtos outdoor – e prevemos que, em 2012, o nosso portfólio será em 50 por cento de artigos não relacionados com o fumar.
A marca Zippo é muito forte. Temos, nos Estados Unidos, uma taxa de reconhecimento da ordem dos 95 por cento. Mesmo aqui, em Portugal, se perguntar às pessoas, muitas reconhecerão o nome, ligando-o aos isqueiros.
Zippo representa qualidade, fiabilidade, garantia vitalícia – características que estamos a transportar para outras categorias de produtos.
- Quantos modelos de isqueiro produzem?
- A técnica usada é sempre a mesma, mas há muitos modelos. Partindo dos 5 ou 6 mais básicos, o que varia bastante é o design. Depois, desde o aço até aos isqueiros em ouro maciço – vendemos muitos na Ásia, neste momento – temos peças em madrepérola, madeira… Somos muito criativos, apesar de ter uma “tela” muito pequena onde trabalhar.
- A técnica usada é sempre a mesma, mas há muitos modelos. Partindo dos 5 ou 6 mais básicos, o que varia bastante é o design. Depois, desde o aço até aos isqueiros em ouro maciço – vendemos muitos na Ásia, neste momento – temos peças em madrepérola, madeira… Somos muito criativos, apesar de ter uma “tela” muito pequena onde trabalhar.
- Têm boutiques?
- Sim – 13 lojas na Coreia, uns 20 no Vietname, dois no México, em outros países. O nosso próximo passo é a China e a Índia. As lojas Zippo fazem parte da estratégia de crescimento. Nesses pontos, vendemos toda a gama Zippo, não apenas isqueiros.
- Os isqueiros Zippo continuam a fazer parte do equipamento obrigatório de forças militares?
- Sim. Fornecemos as Forças Armadas de muitos países, em todo o mundo.
- Sim. Fornecemos as Forças Armadas de muitos países, em todo o mundo.
- Um isqueiro, nestes casos, visto como um instrumento fiável para produzir fogo, e não para fumar…
- Sim, o Zippo é um isqueiro à prova de vento, acende em todas as circunstâncias. Se, além disso, os soldados o usam para fumar…
- Como referiu, os Zippos têm garantia vitalícia. Isso é significativo nas vossas contas?
- O produto é tão fiável, que sabemos poder dar essa garantia. Isso representa uma percentagem diminuta nas nossas contas.
- Isso obriga a ter peças sobressalentes, desde os modelos mais antigos.
- Temos um centro de reparação, na Europa. Damos sempre resposta aos isqueiros que nos chegam. Se, em última análise, um não puder ser reparado, é substituído.
- Sim, claro. Nos Estados Unidos, calculamos que entre 20 a 25 por cento dos nossos clientes são coleccionadores. E, em muitos casos, especialmente na América do Sul, nem são sequer fumadores. Apenas apreciam o isqueiro como uma peça de colecção. E há clubes Zippo por todo o mundo. Em encontros de coleccionadores, os isqueiros mais antigos são os mais apreciados. Recentemente, nos Estados Unidos, um Zippo raro foi vendido por 35 mil dólares. Os isqueiros do tempo da Guerra do Vietname também são muito valorizados.
- É forte, a relação dos Zippo com Hollywood…
- Fortíssima. Estamos presentes em cerca de 1.500 filmes! Desde clássicos premiados como Casablanca até desenhos animados modernos como o Wii, onde o pequeno robot está sempre a acender um Zippo. The Grand Torino, de Clint Eastwood, estamos lá. E acaba de ser apresentado nos festivais uma nova película, Buried (enterrado) – durante 90 minutos conta-se a história de um soldado que é capturado e colocado num caixão, debaixo de terra, vivo. A única coisa que ele tem consigo é um Zippo e um Blackberry, tudo gira à volta disso. Está a obter prémios e muito boa crítica. Estreia em Setembro.
É impressionante – esteja a ver um filme, a ver televisão, quando alguém acende um isqueiro, a grande probabilidade é que seja um Zippo. E isso nota-se logo, pelo som, o tal click, uma das nossas assinaturas.
- Ainda este ano, vão lançar uma linha de relógios. Estarão disponíveis em Portugal?
- Como lhe disse, queremos potenciar ao máximo a força da marca. Zippo é sinónimo de rudeza, autenticidade, resistência, personalidade. A partir do isqueiro, quisemos explorar o princípio da chama – fazer fogo, não apenas para acender um cigarro, mas em todas as circunstâncias, num acampamento, num barbecue… Depois, isso levou-nos ao estilo de vida, no exterior, em contacto com a Natureza – acessórios como aquecedores para mãos, material de campismo. E, agora, aos relógios – serão peças com o mesmo espírito Zippo. A lançar em Setembro, incluindo Portugal.
para saber mais sobre a história da Zippo, vá aqui.
Zippo Grandes de Portugal
Em Portugal, a Zippo está presente pelo menos desde 1986. Em 2007, o importador mudou. Depois de reduzir os pontos de venda para cerca de 120, em todo o território nacional, incluindo Açores e Madeira, está agora a estudar a hipótese da abertura de uma boutique mono-marca.
Tem havido edições especiais dedicadas ao mercado português - para além dos três principais clibes de futebol, Benfica, Porto e Sporting, há uma comemorativa do 25 de Abril. O importador e a Zippo estão a estudar a hipótese de lançar uma linha Grande de Portugal, homenageando navegadores, escritores, artistas, desportistas.
A Planeta de Agostini comercializa actualmente no mercado nacional uma colecção de réplicas Zippo históricas. Para saber mais, vá aqui.
A entrevista a Ena Garay teve a colaboração de Luís Pinheiro de Almeida, um admirador e coleccionador Zippo
1 comentário:
Visitem e participem.
http://zipportugal.umforum.net/
O primeiro Forum sobre o Zippo em Portugal.
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