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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Dias do Ephemera em Viseu - exposições até 4 de Dezembro

Tem até sexta-feira, 4 de Dezembro, para ver exposições organizadas pelo Ephemera em Viseu. Uma, "Coisas do Ephemera", está patente na Junta de Viseu. A outra, do fotógrafo Rui Serrano, "Ephemera Eterna", está no Instituto Politécnico daquela cidade.





Os dias do Ephemera em Viseu começaram com a assinatura de um protocolo de cooperação entre o Arquivo Ephemera e o Instituto Politécnico local, que está a comemorar 40 anos. Foi ainda fundado o Núcleo de Voluntários de Viseu, com pontos de recolha de material para o arquivo no Politécnico e num café da cidade, o Faces.



José Pacheco Pereira, mentor do projeto Ephemera, referiu, na cerimónia que serviu para selar o protocolo entre IPV e Ephemera, não ter um "único momento de aborrecimento", quando recebem os mais variados materiais, que vão desde simples papéis, a cartazes políticos, livros, fotografias panfletos publicitários e até pacotes de rebuçados. A ideia presente é de que tudo importa, porque, dizem, tudo é história. Para isso contam com o trabalho de voluntários um pouco por todo o país. "Em Viseu são pelo menos vinte", assegurou o historiador e investigador ao Jornal do Centro.

 Viseu é a partir de agora um ponto recolha. "Muitas vezes as pessoas falam de outros objetivos como a capacidade para inventariar, investigar e tratar os arquivos. Mas se os artigos não forem salvos, desaparecem. E sabemos que, todos os dias, em Portuga, milhares e milhares de documentos desaparecem. A nossa prioridade é salvar. E o arquivo Ephemera tem uma vantagem que é ter postos de recolha em todo o país. Isso dá-nos uma rede fina a que o acrescento de Viseu é relevante. Viseu é uma cidade antiga, com um importante papel social, cultural e económico. Necessariamente tem muitos fundos que nos podem interessar", assinalou Pacheco Pereira.

 O Ephemera, diz o mentor do projeto, não quer ser concorrência a outros arquivos. "Nós temos características próprias, temos vantagens que outros não têm, mas não somos competitivos, sejamos bem claros. O que dizemos é que, entre ter uma correspondência familiar, documentos de uma empresa, fotografias que são relevantes, do ponto de vista da memória e da história, em casa ou darem-nos, eles estão muito mais seguros dentro do Ephemera", defendeu Pacheco Pereira. O historiador refere-se ao Ephemera como um "arquivo de natureza diferente, completamente independente e autónomo que não tem um tostão que o comprometa".Além destas características, diz Pacheco Pereira, este é um arquivo "que recolhe coisas que ninguém recolhe". "As pessoas perguntam-nos: isso interessa? Respondemos sempre que sim. Depois vemos. A nossa experiência diz-nos que as coisas que as pessoas não dão valor, a uma dada altura são muito relevantes". E deu um exemplo. "Uma altura tivemos uma oferta de panfletos de publicidade de supermercados com dez ou vinte anos. E um nosso amigo que trabalha na história do design disse-nos que aquilo era relevante para a história económica, com os preços, para o estudo da iconografia e é relevante para percebermos como evoluiu o comércio de massas", descreveu. 

Na cerimónia de apresentação do núcleo de Viseu da Ephemera, o presidente do IPV, João Monney Paiva referiu-se à importância de um arquivo histórico estar ligado a uma instituição de ensino superior. O presidente do IPV aproveitou para lamentar, ainda, que em Portugal ainda não se arquivem mais documentos. João Monney Paiva referiu que, no seu entender, há, no nosso país, "pouco apreço à memória". A inauguração do Núcleo de Viseu da Ephemera integra-se no Programa de Comemorações dos 40 Anos do Politécnico de Viseu.




Na preparação da exposição "Coisas do Ephemera"







Um gabinete de curiosidades – Viseu e o mundo – Coisas do Ephemera

Coincidindo com a inauguração, sexta-feira, 6 de Novembro, do núcleo do Arquivo Ephemera em Viseu, decorre na Junta de Freguesia da cidade uma exposição temática, intitulada "COISAS DO EPHEMERA".

Comissariada por José Pacheco Pereira, Luís Pinheiro de Almeida e Fernando Correia de Oliveira, a mostra centra-se em 3 núcleos: música, gastronomia e material avulso demonstrativo do “universo Ephemera”.

Na música, destaque para o primeiro disco gravado pelo Rancho Regional de Manhouce, com Isabel Silvestre (1961). Mas também um dos EP’s do grupo pop-rock Tubarões (1968). Ou um CD dos Fingertips (2000).

Na gastronomia, cartões e ementas de restaurantes da região, alguns já desaparecidos. Livros sobre a cozinha típica do distrito de Viseu e ainda embalagens evocativas de doces locais.

Além disso, o Ephemera trouxe a Viseu algumas outras peças variadas do seu acervo, demonstrativas do vasto universo que desde há mais de uma década abarca, recolhe e trata. Um autêntico Gabinete de Curiosidades, para preservação da Memória.

A exposição, de entrada livre e respeitando as regras sanitárias impostas pela actual situação pandémica, decorre no Solar dos Peixotos até 4 de Dezembro.







Inauguração da exposição "Coisas do Ephemera"



Pacheco Pereira: "Agradeço a Diamantino Santos, Presidenta da Junta de Freguesia de Viseu, toda a disponibilidade e apoio que teve para a realização da exposição no Solar dos Peixotos, sede da Junta, como pela excepcional hospitalidade que teve com os vários elementos  do Ephemera que se deslocaram de Lisboa e do Barreiroo a Viseu."


O café/bar Faces, no centro de Viseu, é ponto de recolha de material doado ao Ephemera






Numa das noites do Ephemera em Viseu foi lançado, no Museu Nacional Grão Vasco, uma edição do livro Leal Conselheiro, de Dom Duarte, com o texto original e em português contemporâneo, num trabalho do historiador João Manuel Ferreira da Fonseca.
 


Noutra das noites, foi apresentado na Pousada de Viseu o livro Caro Jó, de Luís Pinheiro de Almeida, voluntário do Ephemera nos núcleos de Viseu e Barreiro.


Os Dias do Ephemera em Viseu foram organizados por Eduardo Pinto, coordenador do Núcleo de voluntários do arquivo na cidade, e por Rita Maltês, da Direcção do Ephemera.


Convívio de voluntários do Ephemera, em Oliveira de Frades. Sentimento de dever cumprido...


Confraternização no vizinho Passal, da família Pinheiro de Almeida



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