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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Um ourives e relojoeiro na proclamação da República, em Loures


Hoje, há 108 anos:

Em Loures, é proclamada a República, que em Lisboa ainda está por decidir: no Centro Escolar Republicano, situado no Largo do Chafariz, em Loures, actual Largo 4 de Outubro, reúnem-se Augusto Moreira Feio, farmacêutico; Manuel Marques Raso, padeiro; Jacinto Duarte, operário da Câmara Municipal; José Joaquim Veiga, escrivão das Finanças; Joaquim Augusto Dias, comerciante; António Rodrigues Ascenso, ourives e relojoeiro; José Paulo Oliveira, comerciante e regedor; José Ferreira Cleto e outros cidadãos, constituindo a Junta Revolucionária.

Cerca das 15 horas, dirigem-se aos Paços do Concelho que ocupam, hasteando uma bandeira republicana e declarando a proclamação da República pela voz de Augusto Moreira Feio: "Com os olhos da alma fitos na redenção desta Querida Pátria, aviltada pela decrépita e corrupta monarquia e aderindo entusiasticamente à revolução republicana que então lavrava em Lisboa, (...) resolveram tomar posse imediata das Repartições Públicas do Concelho auxiliando, por este acto, a implantação da República em Portugal, pela qual estava e estão firmemente decididos a sacrificar até à última gota de sangue".

Também em Almada, republicanos idos de Lisboa espalham a notícia do movimento insurreccional, proclamando logo ali a República, enquanto os operários abandonam as fábricas e percorrem as ruas com bandeiras dos centros republicanos, ao som da Marselheza e da Portuguesa, e é instituída uma Junta Revolucionária que toma conta da Câmara e da Administração. Entretanto, chega a Cacilhas, vindo de Setúbal, o deputado republicano Feio Terenas. Também a Moita proclamou a República neste dia 4.

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