RELÓGIO
Um minuto de silêncio enquanto há tempo
Ao qual ausculto e de novo lamento
Sem diagnóstico constante sofro por dentro
O fermento que me reduz e grandefica o momento
Te ofereço 60 segundos de alta tensão
Reverenciando ao nosso tempo eterno
Verão sem escalas para o inverno
A destempo, apegados nas mãos do outono
saímos em retirada de encontro à primavera
que alegra nossos corações de cores veras
se adornando do que somamos e somos
Nesse ínterim antes que cabe o infindo,
Nos aproveitamos de nossos mútuos carinhos
para percorrermos todos os cantos impossíveis,
ao qual definitivamente nos incluímos
à última badalada, treme a hora de ir embora,
quando, num piscar de olhos úmidos,
acusamos o golpe atingidos
gira o último ponteiro de vida ardente
que anuncia o fecundo amor
causando aos outros inveja e temor
mesmo sendo inocentes
sigamos o curso do tempo
abraçados aos juncos da saudade
um dia ainda nos seremos
passam-se rápido as horas
um segundo dura uma pré-história
todo o momento em que um dia
um abraço teu em mim conteve
Mas o tempo não apaga o giz da memória
Lembrança que faz girar o relógio
A cada abraço conduzimos baterias
Tamanha a coisa que avança sobre a gente
Osvaldo Wronski
domingo, 3 de janeiro de 2016
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