Como em qualquer guerra, o espaço é vital. Na indústria relojoeira, todos os anos se desenrolam batalhas nesse palco global que é a Baselworld, o maior certame do mundo do seu género. Batalha histórica ocorreu em 2013, quando a Feira de Basileia abriu completamente remodelada - os grandes grupos, os grandes independentes, fizeram valer a sua força, impondo-se nos melhores espaços com stands renovados e investimentos de muitos milhões.
Vencedores dessa primeira grande batalha por uma Baselworld renovada foram o Swatch Group e o LVMH, com as suas marcas a conseguirem expandir-se e ganhar notoriedade no palco principal do evento - o piso térreo do Hall 1.
No ano passado, alguns rearranjos foram feitos, ao sabor de aquisições de novas marcas. Mas, este ano, as andanças voltaram a ser importantes. Desde logo, a Louis Vuitton, que nunca tinha mantido presença na Baselworld (justificando isso com o facto de não vender a retalhistas, já que os seus relógios só estão disponíveis na rede de boutiques própria da marca), e que nos últimos anos se tinha instalado na periferia do evento, está agora no Hall 1, juntamente com as outras marcas do grupo LVMH (Hublot, TAG Heuer, Bvlgari e Zenith - a excepção é a Dior, que permanece no primeiro piso do Hall 1, onde continua a imperar uma grande independente, a Hermès).
Depois, a Harry Winston, que agora faz parte do Swatch Group, desce do primeiro andar para o rés-do-chão, passando a fazer companhia ao batalhão que domina o coração do espaço - com Breguet, Blancpain, Jaquet Droz, Glashütte Original, Omega, Longines, Tissot, Hamilton, Certina, Rado, Mido, Balmain e Calvin Klein.
A Ulysse Nardin, que dispunha de um stand imponente à entrada desse piso térreo, passou agora para os fundos - sinal dos tempos - foi adquirida pelo grupo Kering e passa a fazer companhia às outras marcas irmãs - Gucci, Girard-Perregaux, JeanRichard...
A Corum, que também tinha um stand proeminente logo ao início do piso zero do Hall 1, e que foi adquirida por chineses, passou também para os fundos.
Os quatro grandes independentes - Rolex (com Tudor), Patek Philippe, Chopard e Breitling mantêm os seus espaços - sinal da força que continuam a ter para se impor nesta guerra sem quartel e onde os egos dos Presidentes e CEO's das marcas chocam violentamente...
Depois, há a independente Chanel, com a Bell & Ross, numa aliança "francesa" onde a primeira tem uma participação de capital na segunda. As independentes de médio porte Oris, Raymond Weil e Carl Bucherer conseguiram resistir ao vendaval e mantêm-se no piso 0 do Hall 1. Mas... por quanto tempo, dirão muitos observadores...
Como diria Orwell, todas as marcas são iguais, mas umas são mais iguais que outras...
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