Do mestre Jaime Ferreira de Oliveira e do seu espólio já aqui falámos. Da mesma proveniência, chega-nos agora às mãos, por intermédio de um amigo comum, Jorge Pinheiro, da Sociedade de Relojoaria Indepoendente, mais de uma centena de vidros acrílicos para relógios, alguns com 70 e 80 anos. Inutilizados, mas úteis para o Núcleo do Tempo da Casa do Cabeço.
Há três tipos de vidros empregues em relojoaria - acrílicos, mineral ou de safira.
Semelhante ao plástico e igualmente conhecido pelo nome de plexiglass ou hésalite, o vidro acrílico tem a vantagem de ser muito leve e barato. mas a desvantagem de ficar quebradiço com a exposição ao sol e de ser facilmente riscado (dureza Vickers 500). Pode ser polido, recuperando a transparência.
O vidro mineral é... vidro. Tem uma dureza superior ao acrílico (Vickers 650 a 800), é mais pesado e mais resistente aos riscos. É também mais caro e o que mais se usa actualemente em relojoaria (embora a febre revivalista vintage tenha feito renascer o gosto pelo plexiglass). É mais difícil de polir.
Finalmente, há o vidro de safira, Composto criado em laboratório, é o mais caro de todos. Tem uma dureza Vickers 2.300 , sendo dificilmente riscado (teoricamente, apenas o diamante o poderá fazer, por ter dureza superior). Tem as mesmas propriedades químicas que a safira natural. E é sete vezes mais duro e compacto que o aço temperado. A Alta Relojoaria emprega-o, não apenas do lado do mostrador, mas muitas vezes no verso, para mostrar o calibre.
O que não há, mas não há mesmo, é "cristal de safira". A miserável tradução da maior parte das agências de comunicação usa estes termos, retirados directamente do Castelhano, onde "cristal" quer dizer vidro.
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