Debaixo de uma olaia, que esparzia
Sobre uma clara fonte roxas flores,
Estando Sílvia e Nice em várias cores
Dormindo a sesta, enquanto o sol ardia.
Saíran de uma silva alta e sombria
Dois sátiros lascivos, caçadores,
Que logo sem tratar de mais amores,
Correram à beleza que dormia.
Elas, que nesse ponto despertaram
Ao som dos pés caprinos, quando viram
Juntos de si os semicaprinos feios,
Na sua clara fonte de arrojaram,
E das movidas ondas se cobriram
Capelas de ouro, alabastrinos seios.
Diogo Bernardes
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1 comentário:
O soneto também serve
para meras fantasias:
o que importa é que conserve
a as suas tipologias!
JCN
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