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quarta-feira, 15 de maio de 2013

A festa continua - editorial no Relógios & Canetas online de Maio


A festa continua

Fernando Correia de Oliveira

Moribunda há 30 anos, a indústria relojoeira suíça é uma das jóias da economia do país e o porta-estandarte do luxo europeu através do mundo.

O sector tem o seu ponto de encontro cardeal – a Baselworld, a maior feira do seu género no mundo. A 41ª edição, ocorrida no final de Abril, e a que dedicamos a maior parte das páginas, bateu o recorde de visitantes – 122 mil (mais 17 por cento que no ano passado); e de jornalistas - 3.610 (mais 9 por cento).

Como habitualmente, Anuário Relógios & Canetas marcou presença no certame. Estiveram presentes 1.460 expositores, de 40 países (menos 20 por cento). A diminuição de expositores pode explicar-se por dois factores - há pequenas marcas independentes que não conseguem fazer o investimento, cada vez mais avultado; o espaço que foi concedido não agradou a algumas das marcas, numa revolução geopolítica em que os grandes grupos (Swatch Group, LVMH) terão saído beneficiados.

O novo espaço criado pelos arquitectos Herzog & de Meuron albergou mais de mil novos stands que as marcas renovaram. Os 122 mil compradores vieram de 100 países, confirmando Baselworld como a principal feira do mundo em termos de Relojoaria e Joalharia.

A grande festa da feira reuniu toda a indústria – desde os relógios de mais de um milhão de euros aos de apenas uma dezenas.

As exportações relojoeiras suíças ascenderam a um recorde de 24,1 mil milhões de francos em 2012, para 29,1 milhões de unidades. Confirma-se a tendência de aumento do valor e de diminuição do número de relógios. Os calibres mecânicos continuam a aumentar a sua importância no conjunto, embora os de quartzo mantenham uma fatia considerável (4,884 mil milhões de francos).

Por unidades, os relógios até 3 mil francos representam 95 por cento do total, e os acima os restantes 5 por cento. Já em valor, os relógios acima dos 3 mil euros são 65 por cento do total e os abaixo ficam nos 35 por cento. A Ásia consome 54 por cento do valor das exportações relojoeiras helvéticas, a Europa 30 por cento, e as Américas 14 por cento. Se se tiver em conta que, hoje em dia, a maior parte das vendas na Europa são feitas por asiáticos, pode-se perceber a dependência (alguns dizem que perigosa) face àquela região do mundo.

Como nos dizia em Basileia, no rescaldo da feira, um veterano destas andanças, “tudo mudou nos últimos 15 anos – mentalidade, expectativas, produtos, natureza da comunicação”. Isto porque “a indústria relojoeira e joalheira tem passado por um processo de consolidação a uma escala nunca antes vista”.

O ambiente na Baselworl 2013 foi de verdadeira festa. Os mais prudentes dizem que os tempos das vacas gordas estão a acabar. Seja como for, Baselworld 2014 espera por nós, a partir de 24 de Março do próximo ano. Salvé máquinas do tempo!

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