Editorial Novembro
Feiras, salões e outras confusões…
Se a situação pandémica continuar a evoluir de forma
positiva a nível mundial – e ninguém poderá garantir que tal aconteça – a
primeira edição física do salão Watches & Wonders decorrerá em Genebra, de
30 de Março a 6 de Abril, depois de duas edições digitais verdadeiramente
frustrantes – nada substitui o ver, fisicamente, os relógios que estão a ser
lançados.
Este Watches & Wonders vem substituir o Salão
Internacional de Alta Relojoaria (SIHH, no acrónimo francês), mas é organizado
pela mesma entidade – a Fundação de Alta Relojoaria, e decorre no esmo espaço,
o Palexpo.
Novidades para o W&W 2022 – pela primeira vez, haverá
uma marca japonesa no salão de Genebra – Grand Seiko. As independentes Rolex e
Patek Philippe também estarão pela primeira vez presentes do ponto de vista
físico, depois de terem abandonado em 2019 a Baselworld e sido incluídas nas
versões digitais 2020 e 2021. As marcas do grupo LVMH – Hublot, TAG Heuer e
Zenith – também participam pela primeira vez, depois de terem, elas próprias,
abandonado a feira de Basileia. Tudor (grupo Rolex) e as independentes Oris,
Chanel e Chopard estão na mesma situação. A Van Cleef & Arpels, volta a
Genebra, depois de 3 anos de ausência. Mas a Audemars Piguet, a Richard Mille e
a Greubel Forsey, que eram habituais no SIHH, ainda não se convenceram a
regressar, mantendo uma política hostil a feiras e salões. O mesmo se passa com
a independente Breitling, que deixou Basileia para nunca mais voltar a
iniciativas conjuntas do sector. As habituais Cartier, Hermès, IWC
Schaffhausen, Jaeger LeCoultre, Piaget, Ulysse Nardin ou Vacheron Constantin
estarão mais uma vez em Genebra.
Ao todo, com os independentes da secção Carré des Horlogers,
o W&W 2022 deverá contar com cerca de 40 marcas – o que cria problemas
logísticos de cobertura jornalística: será que os tradicionais 3 ou 4 dias de
convite para Genebra serão alargados? Será que haverá sequer convites, nos
moldes anteriores à pandemia?
O boicote a Baselworld, que já foi a maior feira de
relojoaria do mundo, começou em 2018, quando o Swatch Group (cera de 15 marcas,
de Breguet a Tissot, passando por Omega ou Longines), anunciou para 2019 o seu
próprio salão – a que chamou Time to Move, e que teve a sua primeira edição em
Zurique. Depois disso, e devido à pandemia, não houve mais feiras anuais das
marcas Swatch Group, reforçando o desastre comunicacional que, pelo menos em
Portugal, se tem registado nos últimos anos.
Quanto à Baselworld, ainda não anunciou datas para 2022, não
se sabe sequer se haverá feira. E alguns investidores avançam com a ideia de um
salão mundial em… Londres.
Isto tudo, claro, se o SARS-CoV-2 desamparar a loja e não
chegar outro que o substitua.
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