Hoje o silêncio não é a ausência das palavras. O silêncio pode ser medido, pesado, sinto nele uma pedra, mas com ele criei uma amizade. Noutro local ouve-se o falar das pessoas, quebram as conversas que tenho com o silêncio. As imagens que retenho, não têm limites, dissolvem-se no céu, suavemente, como um abraço que se perde no tempo. Olho em frente, vejo sinais, estiveram ali sempre, as árvores também, cada vez mais solitárias, elas também falam com o silêncio, descansam nele e dormem sem ruídos nos seus braços. Estou no centro daquilo que contemplo, muito perto dos olhos da água, imóvel como os momentos das estátuas que não andam, as estrelas estão mais altas, perdi-me na noite, parece que adormeci, e a lua está mais alta, mas o relógio parou sem tempo.
José Palma
terça-feira, 30 de outubro de 2018
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