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sábado, 1 de setembro de 2018

Relógios & Canetas online Setembro - editorial - Swatch Group "matou" a Baselworld?


Swatch Group “matou” a Baselworld?

Desde domingo, 29 de Julho, que um gigantesco buraco negro tomou literalmente conta do coração da Baselworld, a centenária feira de Relojoaria e Joalharia de Basileia, até agora considerada como a maior do mundo no seu género.

Tudo porque o CEO do Swatch Group, Nick Hayek, anunciou inesperadamente que as marcas daquele que é também, em termos de valor, o maior grupo industrial do mundo em Relojoaria, abandonariam o evento já na edição de 2019.

As marcas mais poderosas da indústria relojoeira suíça agrupam.se no piso térreo do hall 1 da feira. O universo Swatch Group estava instalado bem no centro desse espaço, dispondo de um restaurante privativo e mesmo de uma praça central, onde as várias marcas organizavam exposições e outras iniciativas durante a semana da Baselworld.

A Administração da feira, que organiza outros eventos, como a Art Basel, reagiu com espanto e compreensível preocupação face ao abandono por parte das marcas do Swatch Group, anunciando as novidades para 2019 e prometendo que vai tentar ainda que a decisão anunciada por Nick Hayek seja revertida.

Baselworld, que fez 100 anos em 2017, tem vivido uma crise nos últimos 3 anos, com abandonos sucessivos. A Directora da feira, Sylvie Ritter, foi recentemente substituída por Michel Loris-Melikoff. Semanas depois, e como efeito imediato do abandono Swatch Group, soube-se de mais uma vítima - René Kann, CEO da empresa organizadora das feiras de Basileia, MCH Group, foi afastado.

Na edição de 2019, o segundo mais importante dos pavilhões da Baselworld, o 2. Nos últimos anos desapareceram os pavilhões dedicados aos fornecedores de equipamentos para relojoaria, a menor presença asiática fez desaparecer outro pavilhão; o espaço The Palace, reservado a marcas contemporâneas independentes, teve escassos anos de existência.

As marcas de moda que estavam presentes no segundo piso do Hall 1 praticamente desapareceram - incluindo a Dior ou a Hermès (esta última mudou-se para o Salão de Alta Relojoaria de Genebra, onde predominam as marcas do Richemont Group (o maior do mundo em termos de Alta Relojoaria). O grupo Kering mantém em Basileia a Gucci, mas outras duas marcas do seu universo - Girard-Perregaux e Ulysse Nardin, seguiram também para Genebra.

Depois de investir fortunas num espaço enorme em frente ao Hall 1, o Movado Group já não esteve em 2018 em Basileia. Esse espaço foi ocupado pelos relógios Swatch na edição de 2013 da feira, a primeira e única vez que a marca esteve presente. A histórica edição de 2013 parecia indicar mais cem anos de glamour à Baselworld, mas afinal terá sido o seu canto de cisne. A contra-corrente, o MCH Group decidiu renovar e alargar o espaço, pagando uma fortuna a um famoso gabinete de arquitectos de Zurique (autores do Ninho das Olimpíadas de Beijing, por exemplo). Nick Hayek disse, entre outras coisas, que não está para pagar os custos desse investimento, hoje visto como megalómano.

Para a edição de 2013, a Direcção da feira aumentou sunstancialmente os preços para os expositores, obrigou-os a investir em novos stands, havia uma guerra dura entre as marcas para conseguir entrar no Hall 1, principalmente para o piso térreo. Houve marcas que foram expulsas do espaço que ocupavam há muitos anos, para dar lugar a outras que pagavam mais...

Agora, com aroma a debandada geral a pairar no ar, quem virá a ocupar o espaço deixado vago pelo Swatch Group? E até quando os gigantes independentes como a Rolex ou a Patek Philippe ficarão no evento? E o LVMH, o maior grupo de luxo do mundo, continuará a apostar em Basileia (com TAG Heuer, Zemith, Hublot e Bvlgari)? Demasiadas interrogações.

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