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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

I.N.O.X., o relógio mais resistente do mundo, no Relógios & Canetas online de Agosto


Victorinox faz 130 anos e produz o relógio mais resistente do mundo 

Companheiros para a vida

Fernando Correia de Oliveira, em Ibach, Suíça

Há 25 anos a produzir relógios, a fama da Victorinox vem dos canivetes. Agora, o I.N.O.X. quer colocar a marca onde nenhuma outra chegou – ele é indestrutível.

Um suíço terra-a-terra, é assim que se pode definir este homem musculado, energético, mas magro e de baixa estatura, bronzeado pela vida de ar livre. Carl Elsener Jr., CEO da Victorinox Swiss Army recebe-nos numa sala pequena para tantos jornalistas, vindos de todo o mundo para as comemorações do 130º aniversário da empresa que o homónimo bisavô fundou em 1884, em Ibach, no cantão de Schwyz, o coração da alma helvética.

Ao mesmo tempo, a Victorinox Swiss Army comemora 25 anos no mundo dos relógios, e ao seu lado está Alexander Bennouna, CEO desse ramo do negócio.

“Apesar de ser um momento histórico, não procurámos olhar para o passado e para os arquivos, mas antes projectarmos o futuro com várias iniciativas”, começa por sublinhar Elsener.

A Victorinox depende em 40 por cento da produção de canivetes, sendo líder mundial no segmento de qualidade nesse tipo de utensílio. Os relógios representam 20 por cento do volume de negócios, seguidos de 15 por cento para as facas de cozinha, 15 por cento para os artigos de viagem e 10 por cento para outros artigos, como perfumes.

“Quando vendemos um relógio, quer dizer que, nesse momento, foram vendidos 50 outros produtos Victorinox”, diz-nos Bennouna.

“Foram os nossos clientes em todo o mundo que começaram por nos pedir outro tipo de produtos, com a mesma qualidade com que fazemos os históricos canivetes”, acrescenta Elsener.

“Temos que dar mais visibilidade à marca Victorinox, os canivetes são produtos que estão sempre escondidos, no bolso, não é como um Rolex ou um carro”, defende. “Com os relógios e o vestuário, conseguimos ganhar espaço nos pontos de venda”.

Com o 11 de Setembro de 2002, artigos como canivetes passaram, de um momento para o outro, a não poder viajar nas cabines dos aviões. “De um dia para o outro, tivemos uma quebra de 30 por cento nas vendas nos free-shops dos aeroportos”, recorda Elsener. “Já estávamos a diversificar mas, com essa situação, ficou claro o perigo de depender de um só produto, e a estratégia foi diversificar mais. Temos actualmente seis vertentes, mas não queremos mais. Achamos que chegam, para que a marca Victorinox não se dilua”.

O pai de Elsener, com quem ele trabalhou mais de 35 anos, tinha um lema, que o filho que continuar a respeitar: “A Victorinox tem que estar sempre perto dos seus trabalhadores, dos seus clientes e do produto”.

Hoje em dia, a Victorinox faz relógios (20 por cento deles mecânicos e os restantes de quartzo) de estilo desportivo. “Não queremos apresentar-nos como uma manufactura, que não somos. Queremos ser os melhores no design e na resistência e fiabilidade, à semelhança dos canivetes, que são companheiros para a vida”, nota Bennouna.

“Não temos estética sem que haja função”, acrescenta de imediato Elsener.

Com 500 milhões de francos suíços de turnover, a Victorinox tem os Estados Unidos como principal mercado. A série televisiva McGiver, onde o herói conseguia safar-se das situações mais complicadas com engenhocas feitas com a ajuda de um canivete suíço, ajudou muito. “Nem sequer eramos sponsors da série, mas as vendas aumentaram 30 por cento no mercado americano devido ao McGiver…”, reconhece Elsener.

“O nosso grande segredo foi conseguir fazer de um canivete um produto que é um autêntico ritual de passagem para qualquer jovem na Suíça. Ninguém o encara como uma arma, mas como um utensílio sempre ao dispor para nos ajudar”, conclui Elsener. “Ainda hoje, é ver o brilho nos olhos de uma criança quando lhe oferecem o primeiro canivete suíço…”

Um canivete Victorinox tem um modelo com o máximo de 33 funções.


 O I.N.O.X

Os relógios Victorinox estão no segmento de mercado entre os 300 e os 3 mil francos suíços, sendo o entre os 400 e os 800 o mais importante.

A Victorinox levou três anos a desenvolver o I.N.O.X., um relógio cujas características quer que sejam a tradução dos valores com que tem vivido desde o início da companhia - autenticidade, força, qualidade, especialidade e design suíços. O relógio passou uma bateria inédita de 130 testes de resistência.

Para conseguir chegar ao produto final, a Victorinox usou 421 protótipos, durante um período de seis meses. "Na mente da equipa que desenvolveu o novo relógio estava uma singela pergunta - o que é necessário para um relógio Swiss Made se poder tornar num relógio Victorinox Swiss Army?", diz-nos Alexander Bennouna.


O I.N.O.X. vem munido de uma luneta protectora, de borracha, que pode ser facilmente colocada ou removida. "Dizemos que o relógio é à prova de choque, não à prova de risco", sublinha Bennouna. "Mas, com esta protecção suplementar, pode dizer-se que o I.N.O.X. está preparado para resistir... a tudo".

Não será exagero, a afirmação, já que o I.N.O.X. pode resistir a uma compressão de 8 toneladas numa prensa hidráulica; ou à passagem de um camião militar de 25 toneladas, seguido das lagartas de um tanque de 64 toneladas... ou ainda de ficar indiferente a temperaturas que vão dos -57 aos +71 graus Celsius. Esta última característica corresponde à norma estabelecida pelo exército norte-americano para o fabrico de mísseis balísticos! "Nada comparável existe no mundo da relojoaria", sublinha Bennouna.

"O aço da caixa resiste a ataques de todo o tipo, desde a corrosão de materiais químicos como combustíveis, óleos, solventes, produtos de limpeza, insecticidas até a soluções com ácidos sulfúrico ou nítrico”. Todas estas normas de resistência tiveram mais uma vez inspiração no exército norte-americano.

Além disso, o I.N.O.X. resiste a uma queda de 10 metros (o equivalente a uma queda de um terceiro andar, com uma velocidade de impacto de 50 kmh); pode estar exposto a uma chama à distância de 5 mm, e durante mais de um minuto (o que corresponde a uma temperatura de + 1.200 graus Celsius); continua a trabalhar ininterruptamente mesmo que encerrado num cubo de gelo durante 168 horas; resiste a altitudes estratosféricas de 21.300 metros (o dobro do voo normal dos aviões comerciais). Consegue ficar indiferente a um ciclo de máquina de lavar, a 90 graus.

Tem caixa de 43 mm, com o aço a ser reforçado pela forma hexagonal da luneta. Está disponível em três cores - mostrador preto, verde khaki ou azul navy. A luneta protectora (bumper) é de silicone e nylon. a pulseira é de borracha. "Todos os 130 testes foram feitos sem o bumper, a Victorinox não tem nada a esconder ou a temer", afirma Carl Elsener. "Fizemos um relógio que, à semelhança do famoso canivete suíço, será um companheiro para a vida, em todas as circunstâncias, por mais duras que sejam”.

Estanque até 200 metros, tem vidro de safira, à prova de risco e com tratamento anti-reflexo. Fundo de enroscar. Ponteiros e índices de material luminescente. Data às 4:30. Calibre de quartzo, suíço (Ronda 715). O I.N.O.X. está disponível a partir de Setembro.


Bombeiros para toda a vida

Através do programa Firefighters for Life, a Victorinox Swiss Army acaba de assinar uma parceria com a Fire Department City of New York (FDNY Foundation) e com a brigada de fogos de Ibach, Suíça, este último o local de nascimento da Victorinox. Mais uma forma de celebrar o 130º aniversário da marca.

A figura do bombeiro persiste na imaginação colectiva como o epítome da coragem, do dever e do altruísmo. Especialmente depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001, os 11.400 bombeiros de Nova Iorque passaram a ser conhecidos mundialmente, mercê das imagens televisivas captadas nos dias da tragédia e dos filmes que foram sendo feitos sobre o seu papel na grande metrópole e na protecção de mais de 8 milhões de pessoas.

Já quanto ao pequeno quartel de Ibach, a ligação à Victorinox vem desde 1979, quando Carl Elsener Jr., actual CEO da empresa, fez parte da primeira equipa de voluntários da Betriebs Feuerwehr Victorinox, o corpo de bombeiros da fábrica, onde trabalham mais de mil pessoas. Carl Elsener Jr., da quarta geração da família fundadora da Victorinox, serviu durante 25 anos como bombeiro voluntário em Ibach.

Entre outro material para bombeiros, a Victorinox criou a chamada “ferramenta de resgate”, um canivete suíço especialmente adaptado para emergências – pode ser operado com apenas uma mão, serve de martelo para partir vidros e corta cintos de segurança. O novo relógio I.N.O.X. surge nesse âmbito de uma filosofia de resistência e fiabilidade máximas.



Victorinox, uma fundação ao serviço da comunidade

Quando, há 130 anos, Karl Elsener fundou em Ibach uma pequena oficina de cutelaria, a vida naquela zona da Suíça, o cantão de Schwitz (de onde deriva o nome do país) era muito dura e a emigração maciça. Combatendo a pobreza, a vontade férra de Elsener fez surgir a marca Victorinox, um nome que combinava o nome da mãe, Victoria, com “inox”, o termo internacional para aço inoxidável.

Se há objecto reconhecível em todo o mundo, não apenas como utensílio mas também como paradigma de um povo é o “canivete suíço”, artigo durável, fiável, útil e companheiro para a vida. Tudo começou com uma encomenda para o Exército – facas para oficiais.

Elsener desafiou outras oficinas de cutelaria locais a trabalhar em conjunto e, em vez de faca, apresentou um conceito multiusos, que venceu. A família Elsener foi pioneira na automatização e racionalização de fabrico, mantendo desde o início um controlo de qualidade muito exigente. E, desde cedo, preocupações ambientais, com os centros de produção a terem “pegada de carbono zero” ou próximo disso.

Sendo o maior empregador da zona, a Victorinox orgulha-se de ter como colaboradores famílias também elas na quarta ou quinta geração de ligação á empresa. Totalmente independente, a Victorinox é um negócio gerido familiarmente. Desde 2000 que 90 por cento do capital pertence à Victorinox Foundation e que 90 por cento dos lucros são destinados obrigatoriamente a reservas. Os restantes 10 por cento são canalizados para outra fundação que apoia projectos de solidariedade na Suíça e no resto do mundo.


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