Jetsun Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso faz
amanhã 90 anos. Anteriormente, chamava-se Lhamo Thondup, e é conhecido como
Gyalwa Rinpoche entre o povo tibetano. Trata-se como já perceberam, do 14.º
Dalai Lama.
Ele é a mais alta
figura espiritual do budismo tibetano e, até 1959, quando liderou uma revolta
fracassada contra o ocupante chinês, era o Chefe do Estado daquele território,
nos Himalaias.
Hoje, o Dalai Lama vive no norte da Índia, em Dharamshala.
Em 2011, abandonou voluntariamente as funções laicas no Governo tibetano no
exílio e apadrinhou uma reforma democrática, desde então sob a liderança da Administração
Central Tibetana.
Fomos o primeiro jornalista português a entrevista-lo para o
PÚBLICO, em Barcelona, nos anos 1980. Prémio Nobel da Paz em 1989, o Dalai Lama
viria a Portugal, em 2001, para participar num encontro inter-religioso, em
Fátima. Mas tratava-se de uma visita particular e não de Estado, por receio de
Lisboa em criar um incidente com a República Popular da China.
Na entrevista em Barcelona, encontrámos um homem de voz
grave e forte, falando um inglês perfeito e decidido, cumprimentando com um
aperto de mão forte. Algo inesperado para quem é um “oceano de sabedoria” (é
essa a tradução de Dalai Lama) e vive mais o tempo espiritual que o terreno.
Aquando do encontro em Barcelona, oferecemos ao Dalai Lama uma edição francesa das cartas que jesuítas portugueses escreveram quando chegaram ao Tibete - Les Portugais Au Tibet ; Les Premières Relations Jésuites (1624-1635). Em 1624, dois padres jesuítas portugueses, António de Andrade e Manuel Marques, foram os primeiros ocidentais a chegar ao Tibete, quando no poder estava o 5º Dalai Lama.
Recentemente, Tenzin Gyatso disse que, quando morrer, reencarnará no próximo Dalai Lama, segundo a teoria budista tibetana, e que o escolhido aparecerá fora da China.
Duas citações do Dalai Lama de que gostamos particularmente:
Só existem dois dias no ano em que você não pode fazer nada
pela sua vida: Ontem e Amanhã.
Os homens. Perdem a saúde para acumular dinheiro, depois
perdem o dinheiro para encontrar a saúde. Pensando ansiosamente no futuro,
esquecem de tal maneira o presente que acabam por não viver nem o presente nem
o futuro. Vivem como se jamais fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem
vivido.






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