O Vento afoga o meu espírito num mar
Verde, azul, branco, negro, cujos vagalhões
São todos feitos de luar, recordações.
à noite, quando estou, aqui, na minha toca,
O grande evocador do Vento evoca, evoca
O meu doido Verão, este ano passado,
( E a um canto bate, ali, cardíaco, apressado,
O tiquetaque do relógio do fogão ... )
Bons tempos, Manuel, esses que já lá vão !
Isto, tu sabes ? faz vontade de chorar.
E, pela noite em claro, eu fico-me a cismar,
Triste, ao clarão da lamparina que desmaia,
Na existência que tive este Verão na praia,
António Nobre, Só
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