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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Editorial Dezembro - Um quadro de incerteza

Um quadro de incerteza

O maior grupo de luxo do mundo, o LVMH, acaba de anunciar uma quebra de 4 por cento nas vendas mundiais do seu segmento Relógios e Jóias nos primeiros 9 meses do ano.

O líder da Alta Relojoaria, o grupo Richemont, viu as suas vendas diminuírem 29 por cento na Ásia/Pacífico, 8 por cento na Europa e estagnarem nos Estados. Como reacção, os mercados fizeram cair nos dias seguintes em 5 por cento as suas acções.

O maior grupo relojoeiro do mundo, o Swatch Group, viu as vendas diminuírem 10,7 por cento na primeira metade de 2024, comparado com o ano anterior.

Os três estão cotados em bolsa e o comportamento dos mercados, sobretudo os da China e Hong Kong, que diminuíram em mais de um terço nos últimos meses a procura de relógios estrangeiros, tem afectado fortemente o seu valor bolsista.

O mais atingido tem sido o Swatch Group. As suas acções viram uma quebra de 70 por cento no valor desde 2014. O CEO, Nick Hayek, diz que não há planos para sair da bolsa, embora isso fosse “algo interessante de fazer”.

Até agora, aparentemente, a produção relojoeira destes três gigantes, baseada quase a 100 por cento na Suíça, não tem diminuído. Ou, pelo menos, isso não se tem reflectido em despedimentos, num sector que emprega 65 mil pessoas. O que faz adivinhar um acumular gigantesco de stocks.

Todos os observadores têm dito que poucas marcas escapam ao arrefecimento da procura. E apontam para as independentes Rolex, Patek Philippe, Audemars Piguet ou Richard Mille como excepções.

Os últimos dados divulgados pela Federação Relojoeira helvética dão conta de uma quebra de 2,6 por cento no valor das exportações nos primeiros 10 meses de 2024, comparado com 2023, ano em que se registou um recorde absoluto (26,7 mil milhões de francos, para 16,9 milhões de relógios).

Com as tensões e conflitos a dominarem a cena mundial, nomeadamente as guerras comerciais que se anunciam, a hora é de incerteza.

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