Diamantes, gatos e lebres
A partir de 21 de Setembro o Sistema de Garantias do World Diamond Council passa a ser obrigatório para todas as transacções de diamantes em bruto. Este mecanismo global criado pela organização ajuda as empresas a assegurar que os diamantes estão inteiramente de acordo com o Kimberley Process Certification Scheme (KPCS), ou seja, que eles não têm origem em zonas de conflito (os chamados “diamantes de sangue”).
Perante consumidores cada vez mais preocupados com a ética
na produção dos artigos consumidos (veja-se o caso das peles de animais), será
que isto chega para assegurar o futuro da indústria diamantífera?
O preço dos diamantes naturais continua a baixar, e os
diamantes artificiais são cada vez mais aceites, provocando incerteza e
confusão no consumidor final.
Os diamantes naturais levam milhões de anos a serem criados
no subsolo, sob pressões e temperaturas extremas. Para os críticos dos
diamantes de laboratório, que exige grandes quantidades de energia, as coisas
estão a tonar-se difíceis – já se conseguem em 150 minutos, à pressão
atmosférica ambiente e a 1,025°C, com perspectiva de menos tempo no futuro.
Até agora, a maioria dos diamantes de laboratório acaba na
fileira industrial, pela dureza e não pela qualidade gemológica. Mas, também
aqui, as melhorias da pedra artificial nas suas qualidades como pedra preciosa
têm sido constantes.
Os diamantes sintéticos, apesar da redução do preço nos
naturais, são 30 a 40 por cento mais baratos e têm ganho mercado, mesmo em
sectores do luxo, como a relojoaria, devido aos seus benefícios éticos e
ambientais.
Até a De Beers, que actua em quase monopólio mundial nos
diamantes naturais, começou a oferecer diamantes sintéticos, dada a procura.
Uma líder mundial em joalharia de uso quotidiano, Pandora,
decidiu passar a usar apenas diamantes artificiais.
Ao consumidor final, resta confiar em quem lhe vende uma jóia. Mas alarga-se a possibilidade de estar a comprar gato por lebre. E, perante a dúvida, poderá passar a preferir o gato, ou seja, a certeza de um diamante sintético.
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