Estivemos por estes dias em Biel (Bienne), Suíça, a convite dos relógios Omega e do representante da marca em Portugal, a Tempus Internacional. O principal objectivo foi assistir à inauguração do novo centro de produção Omega, mas houve tempo para revisitar o seu Museu ou, pela primeira vez, ter ocasião de conhecer as instalações da Swiss Timing, empresa do Swatch Group especialista e líder mundial em cronometria desportiva. Mas, disso, falaremos mais tarde. Desvendemos por agora pormenores do novo edifício Omega.
O novo edifício Omega em Biel tem projecto de arquitectura do japonês Shigeru Ban. A nova unidade representa o estado da arte em termos de indústria relojoeira, e onde a marca passa a montar os seus relógios, a treinar o seu pessoal e a fazer o controlo de qualidade das suas máquinas do tempo.
O edifício é ecologicamente avançado, feito de cimento e de madeira de árvores originárias da Suíça.
"O maior benefício é a eficiência", diz a Omega. "O novo edifício reune todos os processos de montagem e testes da marca debaixo de um só tecto- Ficaremos mais produtivos e dinâmicos do que nunca".
Todos os passos na cadeia de produção, incluindo o T2 (montagem do relógio),T3 (braceletes), e T4 (embalamento), bem como o armazenamento de stock e a logística, são completados no novo edifício- Além disso, ele alberga o departamento de formação da empresa.
Imadiatamente antes da inauguração, as persianas do edifício abriram-se, com todos os colaboradores perfilados às janelas, num efeito surpreendente.
A inauguração teve como primeiro orador o CEO da Omega, Raynald Aeschlimann, à frente da marca desde Junho de 2016.
Em segundo plano, Jean-Claude Monachon, Vice-presidente e Responsável de Produto e Serviço ao Cliente da Omega. Em primeiro plano, Johann Schneider-Ammann, ministro suíço da Ecomomia; Nick Haiek, CEO do Swatch Group, a que a Omega pertence; e o arquitecto Shigeru Ban.
Em primeiro plano, Jean-Daniel Pasche, Presidente da Federação da Indústria Relojoeira Suíça
Nick Haiek foi muito optimista na sua intervenção. "Muitos de vocês - disse, dirigindo-se à meia lua de jornalistas especializados que tinha à sua frente, vindos de todo o mundo - vaticinaram já por várias vezes a morte da indústria relojoeira suíça. Nada de mais errado. A situação é cada vez melhor, os mercados são cada vez maiores, a prova da nossa expectativa é este investimento".
Depois de dois anos de queda, as exportações relojoeiras helvéticas têm estado a recuperar desde há cerca de meio ano. As incertezas políticas à escala global mas, sobretudo, o relógio conectado, parecem ameaças à relojoaria tradicional. O responsável pelo maior grupo industrial de relojoaria do mundo, o Swatch Group, acha que os melhores tempos ainda estão para vir.
Shigeru Ban foi o último a intervir. Conhecido pela sua sofisticação estrutural e pelo uso de técnicas não convencionais é hoje um dos arquitectos mais reconhecidos internacionalmente. O Swatch Group entregou-lhe não apenas o projecto do novo edifício Omega como o vizinho complexo que albergará a sede do grupo, como pode ver aqui. "Este edifício - o da Omega, agora inaugurado - é a maior estrutura de madeira do mundo em termos de arquitectura contemporânea", disse. Em 2014, Ban ganhou o Pritzker Prize, uma espécie de Nobel da Arquitectura (os portugueses Siza Vieira e Souto Moura também já foram distinguidos com ele). Para o Swatch Group, Ban já tinha construído o Nicholas G. Hayek Center, em Ginza, no centro de Tóquio.
Sempre descontraído e bem disposto, fazendo lembrar o iconoclasta Nicolas G. Hayek, seu pai, Nick Hayeck ameaça cortar a gravata do ministro...
No coração do novo edifício da Omega está o sistema de armazenamento da marca, espalhado por três andares e totalmente automatizado. Como num filme de ficção científica, este espaço à prova de fogo (a atmosfera no seu interior quase não tem oxigénio - apenas 15,2 por cento) alberga mais de 30 mil caixas, cheias cada uma com as peças necessárias à montagem diária de relógios. Braços robóticos gerem os pedidos. Apenas duas pessoas altamente treinadas estão autorizadas a entrar nele.
O centro de logística funciona a uma velocidade de 4 metros por segundo, gerindo as necessidades das linhas de produção exteriores e extraindo as peças das mais de 30 mil caixas. Há dois elevadores, num espaço total de 3.660 metros cúbicos. Podem realizar-se 1.400 operações por hora.
Braços robóticos tomam igualmente conta da linha de montagem - eles medem, fotografam, dão corda, viram os relógios, sem praticamente intervenção humana. A identificação e o enpacotamento finais são igualmente feitos por robots.
Como tivemos ocasião de explicar aqui ou aqui, a Omega tem uma nova cefrtificação - cronométrica, de estanquicidade e de resiistência aos campos magnéticos. É o organismo de metrologia suíço, o METAS, que emite os certificados Master Chronometer dos relógios Omega. Esse organismo tem instalações próprias no interior do novo edifício, para controlar as homologações que emite.
Um relógio Omega Master Chronometer resiste a campos magnéticos até 15 mil gauss.
Depois da inauguração, visitas guiadas ao edifício...
Aspecto do hall de entrada
Em baixo, aspectos da evolução das instalações da Omega em Biel (Bienne)
A Omega, em 1902
Aspecto da fábrica, em 1910
Departamento técnico de relojaoria, em 1913
Atelier de décolletage, 1920
Ateliers, 1920
A fábrica em 1950
A fábrica em 1965
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