Est. June 12th 2009 / Desde 12 de Junho de 2009

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Relógios & Canetas online Junho - Editorial


Horas de bolso

Só em vésperas da Grande Depressão a procura de relógios de pulso conseguiu a paridade com os relógios de bolso. O ano de 1927 foi de viragem no mercado norte-americano – aquele em que a produção de relógios de bolso foi ultrapassada pela de relógios de pulso. Para a Suíça, o ponto de viragem viria a ocorrer em 1930, quando a indústria deste país produziu 6,2 milhões de relógios de bolso e outros tantos 6,2 milhões de relógios de pulso. Também por essa altura, a Suíça passa a liderar a produção relojoeira a nível mundial.

O relógio de bolso começava, assim, a definhar, há 80 anos, depois de meio milénio de glória. O relógio de bolso só foi possível quando se introduziu a mola helicoidal como força motriz. A lenda diz que isso se deve a um tal Peter Henlein, de Nuremberga, por volta de 1500. Com essa nova tecnologia, o tempo passou a poder ser transportado, a ser portátil, livre da “prisão” dos pesos, até então a força motriz usada para fazer mover os mecanismos.

Com a portabilidade do tempo, o relógio adquire um estatuto de símbolo, de prestígio pessoal, de liberdade de consulta sempre e onde se quisesse, fora da dependência dos sinos ou das torres das igrejas. O relógio de bolso, objecto exclusivo de uns poucos, pelo seu custo, generaliza-se com a Revolução Industrial entre a burguesia ascendente, proletariza-se no final do século XIX com as simplificações de Roskopf.

Na I Guerra Mundial, começa a decadência lenta do relógio de bolso, fruto da constatação da sua adaptação ao pulso por parte do exército norte-americano em teatro europeu. Tido primeiro como objecto demasiado efeminado, o relógio de pulso é, nos primeiros anos, quase exclusivamente visto nas mulheres. Mas a revolução de estilo de vida, de mentalidades e de formas – Jazz, Arte Nova, Art Déco, Bauhaus, Desporto – levam os criadores a investirem no pulso… dos homens.

Nos últimos dez anos, as grandes marcas relojoeiras têm produzido, timidamente, relógios de bolso. E, nos últimos tempos, a moda parece ter pegado. Há um nicho a explorar, revivalista, estilístico, de exclusividade. Mostramos-lhe nesta edição algumas dessas propostas.

Fernando Correia de Oliveira

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