Sistema solar
Cada voz tem o seu contraponto
num ruído natural. Cada silêncio,
no silente espaço que rodeia, por vezes,
cada coisa. À beira do berço as bocas
percutem sobre a criança. Depois, no sono,
abrem-se como qualquer flor. Sobre
os cílios da adolescente tecem frases.
À beira do berço as bocas
percutem sobre a criança. Depois no sono
adensam-se como qualquer árvore. Sobre
os cílios da adolescente tecem frases.
Cada silêncio corporiza-se no espaço.
As coisas têm eixos e rodam
com ruídos diferentes do seu nome.
E o Sol tramonta entre vestígios,
além dos montes e vales e o mar.
E o Sol tramonta sobre as nossas casas
e os montes e vales e o nosso mar.
Quando um verso marca o lugar das coisas
elas aí ficam para sempre. O Sol
que perpassa em cumes e em cristas
nasce nas arestas serranas do nascente
e vai até ao mar em sete versos.
Fiama Hasse Pais Brandão
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
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1 comentário:
Dos versos a maioria
de poesia carece,
pois nem tudo o que parece
tem real categoria!
JCN
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