sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Anuário Relógios & Canetas online Outubro - Editorial - Os salões de relojoaria e a Portojóia
Os salões de relojoaria e a Portojóia
Decorreu de 25 a 28 de Setembro, em Hong Kong, o Watches & Wonders, o primeiro do género, organizado pelo Salão Internacional de Alta Relojoaria (SIHH), que decorre todos os anos, em Janeiro, em Genebra.
A maior feira do sector continua a ser, de longe, a Baselworld, que todas as Primaveras marca o início do ano relojoeiro, a partir de Basileia e onde centenas de empresas estão presentes.
O SIHH nasceu de uma cisão entre os expositores de Basileia, com as marcas do Richemont Group e m,ais algumas independentes a criarem o SIHH genebrino por considerarem não ter, em Basileia, condições para receber clientes e jornalistas. Mas o SIHH nunca foi além das 20 marcas, embora todas de Alta Relojoaria.
Muitos observadores se interrogam se o SIHH de Genebra não estará condenado a prazo, já que o consumo se tem voltado maciçamente para a Ásia. Porque não fazer o SIHH em Beijing e convidar os clientes e jornalistas não asiáticos a irem, todos os anos, até lá? Decerto ficaria mais barato do que o contrário – pagar viagens, dormidas e refeições aos milhares de asiáticos que se deslocam a Genebra…
Um salão que já consolidou o seu lugar no calendário de feiras é o SIAR, Salão Internacional de Alta Relojoaria, na Cidade do México, que este ano decorreu de 1 a 3 de Outubro. Fruto do crescimento das economias da América Latina e do gosto especial pela relojoaria.
Na Europa, praticamente todos os países têm a sua feira de Alta Relojoaria, nomeadamente o salão Belles Montres, em Paris, que este ano decorre de 29 de Novembro a 1 de Dezembro; ou o SalonQP (QP para Quantième Perpétuel, calendário perpétuo), que terá a sua edição 2013 de 7 a 9 de Novembro, em Londres. Até o Jewellery Show Birmingham e o Jewellery Show London vão mudar de nome, para Jewellery & Watch Show Birmingham (2 a 6 de Fevereiro de 2014) e Jewellery & Watch Show London (1 e 2 de Junho de 2014), para reflector a crescent importância do sector relojoeiro no Mercado inglês.
E por cá? Portugal é um dos 30 principais mercados de destino dos relógios suíços (está entre os lugares 23 ou 24 do ranking, em valor). Apesar da crise, as importações relojoeiras continuam a crescer, fruto do turismo em cidades como Lisboa e Porto, onde brasileiros, angolanos, russos ou chineses compram peças muito caras.
Isso e a tradicional cultura relojoeira do país não justificariam uma feira dedicada à relojoaria? Muitos tentaram, sem o conseguir, entre os importadores mais importantes. Mas há a Portojóia, dirão. Este certame intitula-se de Feira Internacional de Joalharia, Relojoaria e Ourivesaria. Decorreu a edição deste ano de 26 a 29 de Setembro. E Anuário Relógios & Canetas foi, de novo, parceiro da feira. Que é cada vez mais importante para a ourivesaria e joalharia nacionais (sectores exportadores). Mas cada vez mais marginal para o sector de relojoaria (importador), com os últimos grandes representantes e importadores a deixarem de estar presentes a partir deste ano.
Será que exportação e importação são incompatíveis? Não será altura de os principais players na importação começarem a pensar ter um salão de Alta Relojoaria? Decerto que as marcas suíças estudariam formas de apoio. Isso não atrairia potenciais clientes retalhistas ou até clientes finais de Angola, do Brasil? Para não falar dos portugueses amantes da relojoaria, agora sem dinheiro, mas sempre ávidos de ver ao vivo exemplares de eleição dessas fascinantes máquinas do tempo.
Veja na íntegra, aqui ou aqui, a edição online de Outubro do Relógios & Canetas.
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