a Domingos de Gusmão Araújo
As oliveiras são da cor da prata
na tarde lenta, quando o sol declina.
(Como a paisagem se amacia e esmalta,
cheia da austera placidez latina!)
Frerinhas mansas, de expressão beata,
ei-las subindo, mansas, a colina.
Parece até que a alma se dilata,
- que toda a graça delas a ilumina!
Ó testemunhas do suor de Cristo,
debaixo desse aspecto de repouso,
quanto penais p'ra dar a luz ao mundo!
Prouvera a Deus que, dentre as que eu avisto,
saísse um dia, brando e caridoso,
o azeite que há-de ungir-me, moribundo!
António Sardinha, in Quando as Nascentes Despertam
2 comentários:
Lendo Sardinha, se me encolhe a alma,
vontade tendo de rezar a Deus:
ante os seus versos,superando os meus,
eu reconheço que me leva a palma!
JCN
Oriundo de Monforte,
ninguém como ele sentia,
de uma maneira tão forte,
a terra de Santa Maria!
JCN
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