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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Relógios & Canetas online Setembro - Editorial - Futuro com demasiado passado

Editorial Setembro

Futuro com demasiado passado

Em 2015, a Suíça exportou 28.137.527 relógios e mecanismos de relógios. Esses mais de 28 milhões de unidades já estavam a diminuir anteriormente, mas a queda tem-se acentuado de então para cá. Em 2020, ano afectado pela pandemia, a redução face a 2015 foi para menos de metade (13.780.199 unidades), embora em valor a redução tenha sido apenas de 21,5 mil milhões para 16,9 mil milhões de francos. Ou seja, o preço unitário do relógio subiu.

Para 2021, e no primeiro semestre, a redução em volume face ao ano “normal” de 2019 é de 10 milhões para 6,9 milhões de unidades (-30,4%), com a comparação em valor a confirmar a subida cada vez mais acentuada (+0,8%).

As novas regras do Swiss Made (imposição de 60 por cento de valor acrescentado suíço) terão matado o segmento de relógios abaixo dos 300 francos à saída da fábrica (muitas marcas de moda, que investiram em fábricas no país, para respeitar o Swiss Made, estão a sofrer muito, e algumas já desistiram dessa chancela).

O relógio conectado, que entra directamente na concorrência a esse segmento, e que é liderado por gigantes do gadget electrónico, também ajudou a esta debacle, para a qual a indústria helvética não parece encontrar resposta (é inadmissível o seu atraso tecnológico nos smartwatches, fazendo recordar a sua impreparação, há 50 anos, quando surgiu o relógio de quartzo).

Como nos dizia recentemente João Santos, antigo CEO do maior grupo relojoeiro português, hoje COO do WYgroup:

“Teremos em breve um mercado bifurcado com um país produtor de ‘obras de arte’ mais caras e mais inacessíveis, e um bloco de outros - a Oriente - que irão produzir produtos de consumo corrente com funcionalidades de utilização para o dia a dia. A batalha pelo pulso está perdida pela indústria suíça, ficam agora as obras-primas que terão a prazo o impacto de uma visita ao Louvre. Belas, mas para poucos e entendidos. Fica apenas por definir a mais preocupante das tendências. Se a nova geração, já de si não utilizadora de relógio, o vai procurar mais tarde como símbolo de sucesso ou por nostalgia, ou se pura e simplesmente o vai ignorar e olhar para ele da mesma forma como vai olhar para um carro a diesel”.

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