sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
Anuário 2019 - Editorial - Esperar por nada, preparado para tudo
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O Editorial
Fernando Correia de Oliveira*
Esperar por nada, preparado para tudo
“Os instantes, fora das coisas, não são nada; eles consistem apenas na ordem da sucessão destas”, dizia já Leibnitz, no século XVII.
Global e desmaterializada, a comunicação e as suas estratégias estão em fase de transição. Será que investir nas plataformas digitais é suficiente? Desistir dos media clássicos – papel, rádio televisão – é visão de futuro ou decisão demasiado radical? Pagar a figuras públicas para fazer propaganda de produtos ainda resulta, ou o tempo dos “embaixadores” acabou? Gastar dinheiro em publicidade ou dirigi-lo para eventos com consumidores finais?
Todas estas interrogações, e mais algumas, como a presença ou não em feiras internacionais, são actualmente a angústia de marketeers e executivos em todos os segmentos do consumo, nomeadamente no Luxo e na Relojoaria.
No meio desta confusão, uma tendência parece ganhar corpo – os intermediários, de todas as espécies, estão a perder força, se não mesmo a acabar. A relação entre produção e consumo é cada vez mais directa.
Como referia Lucrécio (séc. I a.C.), “O tempo não tem existência própria. São as coisas e a evolução das mesmas que tornam sensíveis o passado, o presente e o futuro”.
Por outras palavras, “Tempus est duratio continuo fluens entis continuo motu praediti” (O tempo é a duração que flui continuamente no ser possuído de movimento contínuo), como dizia São Tomás de Aquino.
Todas estas (in)certezas nos fazem evocar Fernando Pessoa e a última coisa que escreveu, “I know not what tomorrow will bring” (não sei o que o amanhã trará). Resta-nos seguir a máxima Zen, muito usada pelos samurais: não esperar por nada, estar preparado para tudo.
*jornalista e investigador
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