Há precisamente 10 anos, em Dezembro de 2002, surgia a obra Machado Joalheiro / no Porto desde 1880. Investigámos para o efeito os espólios das famílias Cunha e Machado. Fomos desafiados para a tarefa por António Luís Moura, um histórico da Relojoaria e Joalharia e tivemos o apoio da Parmigiani Fleurier. Foi a primeira obra que produzimos especificamente sobre o sector.
De um outro livro, Relógios & Relojoeiros / Quem É Quem no Tempo em Portugal, respigamos a entrada respeitante a Jacinto dos Santos Machado:
MACHADO, Jacinto dos Santos
Era o decano do comércio de prestígio do Porto, figura conhecida e respeitada pelas forças vivas da cidade. Exerceu a sua actividade de joalheiro até praticamente ao fim, numa carreira que iniciou muito cedo, aos 11 anos, e que incluiu responsabilidades associativas de topo no ramo da joalharia e ourivesaria do Norte. Jacinto dos Santos Machado (1913-2005), natural de Massarelos, entrou no mundo do trabalho numa ourivesaria na Praça da Universidade, passou pela Ourivesaria Moura, na rua das Flores. O seu modo de atendimento ganhou fama e passou à Ferreira Marques (ver), uma das mais prestigiadas joalharias da cidade. Outro concorrente, Alfredo Pinto da Cunha, figura lendária do sector e dono da ourivesaria Cunha, fundada em 1880, vai ali buscá-lo, pouco antes da II Guerra Mundial. Inicia-se uma colaboração profícua e perene. Em 1954, Jacinto Machado já é sócio da casa, um belo estabelecimento na Rua 31 de Janeiro, edifício classificado e que ainda hoje se mantém em actividade. Em 1957, com a morte de Alfredo Pinto da Cunha, iniciam-se negociações com a família deste, e Jacinto Machado adquire pouco depois a totalidade das quotas da Ourivesaria Cunha, que passará a ser conhecida a partir dos anos 80 do séc. XX por Machado Joalheiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário