Diz o pobre esfarrapado:
- "Amigo Sol de Janeiro,
És meu fato domingueiro:
Fugir de mim, que pecado!
Como quem não tem cuidado
De encher adega e celeiro,
Nas nuvens, atrás do outeiro,
Levas o tempo, deitado!
O calor também é pão!
Inda há raízes no chão...
Há tantas aves sem ninho...
Ai de nós, se Deus te poupa!
- Ó Sol de Inverno, és a roupa
Do corpo do pobrezinho!" -.
António Correia de Oliveira (1878-1960), poeta português
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