solidão e terror vão de ora avante
ser da ponte, em vão baixa, e abertas portas
únicas invisíveis sentinelas.
Do cão nocturno o atroador latido
não irá mais nas salas espaçosas
acordar um só eco. Esse relógio,
que inda numera as horas de viagem,
vai deixar livre o tempo, que adormeça
sobre o alto cume das marmóreas pompas,
que o peso estragador lhe irão sentindo.
Da antiga, ilustre, extinta dinastia
A residência inteira se abandona
aos pássaros da noite, às plantas bravas.
António Feliciano de Castilho (1800 - 1875), poeta português, in A Noite do Castelo
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