O professor Carlos Fiolhais inclui A Revolução no Tempo, do norte-americano David S. Landes (Gradiva), recentemente editado, como um dos cinco melhores livros de divulgação científica de 2009. A lista completa está aqui, no blog de Rerum Natura
David S. Landes, autor de livros como A Riqueza e a Pobreza das Nações, é um economista da Universidade de Harvard. Aquando da tradução para português dessa sua obra, tivemos ocasião de o entrevistar. "O Ocidente não pode pedir desculpa pelo seu sucesso", dizia-nos então um homem com opiniões claras e nada politicamente correctas.
Estação Cronográfica reivindica-se de uma "escola de pensamento" que Landes lidera, e que defende muito simplesmente o seguinte: o Ocidente, ao ter durante cerca de dois séculos, de 1400 a 1600, o monopólio de duas tecnologias - relógios mecânicos e óculos - conseguiu iniciar uma era de liderança a nível mundial que só agora parece estar a entrar no seu ocaso.
Com os óculos, os intelectuais duplicaram ou triplicaram muitas vezes a sua vida útil. Quanto aos relógios, eles deram uma mentalidade ordenada, racional, obrigaram a inventar ferramentas cada vez mais perfeitas, a empregar ligas cada vez mais sofisticadas, à precisão e miniaturização, à produção em cadeia. São os relógios e a sua indústria, e não tanto a máquina a vapor, os verdadeiros motores da Revolução Industrial.
Revolution in Time, agora na versão portuguesa (a que demos algumas, poucas, achegas), é um título imprescindível para quem quer saber um pouco mais do que somos, como aqui chegámos.
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