Coisas do Ephemera. Sabe o que são “konpeito”?
Demora duas semanas para produzir Kompeito. O rebuçado é
feito à base de “irako”, pó de arroz, que é colocado num caldeirão ao lume, e
ao qual se vai acrescentando lentamente um pouco de xarope de açúcar. Formam-se
pequenas bolas, que apenas ao 14º dia estão prontas. Acrescentam-se sabores
variados e cores diversas.
Kompeito (confeito) foi uma das coisas que os portugueses
levaram até ao Japão, assim como outros doces, como o “Castela” (pão-de-ló, com
claras batidas em castelo) ou a técnica de fritura com um polme de ovo e
farinha, a “Tempura”.
A marca de relógios Grand Seiko, a linha topo de gama do
grupo Seiko, esteve presente, mais uma vez, na mais luxuosa e reservada
exposição de alta relojoaria do mundo, a Watches and Wonders, que decorreu por
estes dias em Genebra. E resolveu oferecer a quem visitou o seu stand caixinhas
com Konpeito.
Estes rebuçados foram inspirados nos que os portugueses
levaram a partir de meados do século XVI para o país. Os missionários jesuítas
terão mesmo oferecido a guloseima ao daimio (senhor da guerra) mais poderoso da
altura, Oda Nobunaga. A receita manteve-se mais ou menos secreta, espalhou-se
de Nagasaki (cidade fundada pelos jesuítas do Padroado Português do Oriente),
para Edo (actual Tóquio) e Quioto. Hoje, o Konpeito está espalhado por todo o
Japão. O Konpeito tem sido uma tradicional prenda de casamento da família
imperial japonesa.
A Konpeito Ryokujuan Shimizu, fundada em 1847, reivindica-se
como a mais genuína manufactura japonesa deste tipo de rebuçado. E foi a
escolha da Grand Seiko.
Assim, através dos relógios Grand Seiko, e a partir de
Genebra, os visitantes da Watches and Wonders puderam levar para os seus
países, um gosto nipónico com inspiração portuguesa.
Uma caixa de Konpeito da Ryokujuan Shimizu passa a fazer
parte do acervo do Núcleo de Gastronomia do Ephemera, o maior arquivo privado
do país.
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