Editorial do Relógios & Caneyas online Setembro
Rolex compra Bucherer e fica com posição dominante no
retalho mundial
A Rolex anunciou a compra da Bucherer, a maior cadeia de
retalho de relógios topo de gama do mundo, com mais de 100 pontos de venda
espalhados pelo globo, metade deles vendendo Rolex e a sua segunda marca, a
Tudor. Com a aquisição, que terá de ser ainda confirmada pela autoridade suíça
da Concorrência, a Rolex adquire ainda os relógios marca Bucherer.
A Bucherer continuará no negócio com o seu próprio nome e a
operar independentemente, nas suas 15 boutiques na Suíça, mais de 30 nos
Estados Unidos, cinco na Alemanha, outras tantas no Reino Unido e em alguns dos
mais prestigiados espaços em França, Áustria e Dinamarca.
A ligação entre a Rolex e a Bucherer é histórica – desde há
um século que os relógios daquela marca são vendidos pela empresa familiar. No
ano passado, a Rolex anunciava um programa de venda de relógios em segunda mão,
iniciando-o precisamente com o parceiro Bucherer.
A Bucherer, sempre em mãos da família de Lucerna com esse
nome, adquiriu ao longo dos anos redes da concorrência (Kurz em 1989, Swiss
Lion em 2001, The Watch Gallery em 2017 e sobretudo Tourneau em 2018)
Sem descendência directa, a actual geração, Jörg G.
Bucherer, decidiu vender o império familiar ao seu mais antigo parceiro de
negócio. A Bucherer continuará a vender o portefólio de marcas com quem tem
contrato, para além de Rolex, Tudor e Bucherer. Com a aquisição, a Rolex passa
a ter acesso à margem de comercialização total dos seus relógios na rede
Bucherer, fortalecendo assim a posição como nº 1 das marcas suíças em volume de
negócios e lucros.
Além disso, a Rolex passa a ter acesso a informação
privilegiada sobre as marcas concorrentes, como sublinha Rob Corder,
especialista no sector. Mas Nuno neves dos Santos, um quadro português que
esteve durante décadas no maior retalhista nacional, faz-nos notar que isso não
é inédito: o Swatch Group, o maior do mundo, detém a cadeia Hour Passion,
vendendo nela as suas marcas (de Breguet a Tissot, passando por Omega ou
Longines) juntamente com outras independentes, como Breitling ou Chopard.
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