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segunda-feira, 3 de março de 2025

A crise dos diamantes - editorial do Relógios & Canetas online de Março

Os diamantes não são para sempre?

Uma sobreprodução de diamantes feitos em laboratórios e a redução no mercado geral do luxo, ajudado pela proibição de diamantes russos nos mercados dos G7, tudo isso contribuiu para uma redução no valor dos diamantes, segundo os especialistas da 77 Diamonds, o líder europeu de joalharia online.

Nos últimos 2 anos, o valor de 1 carat (quilate) de diamante natural de primeira qualidade caiu 34 por cento, enquanto de uma pedra de segunda categoria caiu 49 por cento. A quebra nos diamantes artificiais foi ainda maior – 73 por cento nas melhores pedras, 77 por cento nas de segunda escolha.

Com a redução drástica de consumo de artigos de luxo na China e o abrandamento desse segmento em todo o mundo, os diamantes são dos artigos que mais têm sofrido (em contraciclo com o ouro que, em tempos de incerteza como os atuais, atinge valores recorde).

A De Beers, maior produtor de diamantes naturais do mundo, reduziu em 20 por cento a produção das suas minas. A empresa está à venda, mas os 2 mil milhões de dólares de diamantes que detém nos seus stocks, a depreciarem diariamente, não têm ajudado ao negócio.

Detida a 85 por cento pela Anglo American, a De Beers conseguiu nos últimos 120 anos controlar os preços mundiais dos diamantes, atuando em quase monopólio. Esse império começou a ruir quando os diamantes de laboratório começaram a ser cada vez mais perfeitos e cada vez mais baratos.

Como aqui já referimos, as questões éticas e ambientais também estão contra o diamante natural, especialmente entre as gerações mais jovens de consumidores.

O diamante tem um percurso de fascínio, desde há milénios. O célebre slogan publicitário lançado em 1948 pela De Beers – “A Diamond is Forever”, mudou para sempre os paradigmas da publicidade. Marilyn Monroe cantava, em 1953, “Diamonds Are a Girl's Best Friend”, no filme Gentlemen Prefer Blondes. O livro “Diamonds Are Forever”, da saga James Bond, foi publicado em 1956, e levado ao cinema em 1971, onde Shirley Bassey canta uma canção com o mesmo nome.

O diamante já viu melhores dias. E pode ter passado definitivamente a tempos que não voltam mais.

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