Tenho ás vezes sentido o chocar dos teus ossos
E o vento da tua asa os meus labios roçar;
Mas da tua presença o rasto de destroços
Nunca de susto fez meu coração parar.
Nunca, espanto ou receio, ao meu animo trouxe
Esse aspecto de horror com que tudo apavoras,
Nas tuas mãos erguendo a inexoravel Fouce
E a ampulheta em que vaes pulverizando as horas.
António Joaquim de Castro Feijó - Sol de Inverno: ultimos
versos : 1915
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