Pelo meio, ficam personagens que ditaram os últimos dias da
Monarquia em termos de tempo colectivo – os relojoeiros Veríssimo Alves Pereira
e Augusto Justiniano de Araújo; ou marcadores de tempo como o Balão do Arsenal
ou o Tiro da Politécnica.
Ou ainda figuras revolucionárias, como um jovem relojoeiro
suíço, Giuseppe Fontana, que trouxe para Portugal o ideário socialista, a visão
cooperativa das comunidades de relojoeiros da sua terra natal. Ou Mendes
Cabeçadas, que comandou a partir do Adamastor, coordenando-se pelo seu
relógio de bolso, os tiros decisivos contra o Palácio das Necessidades, a 4 de
Outubro de 1910.
Do novo regime, saía reforçado o papel do Observatório
Astronómico de Lisboa como emissor único do tempo oficial português ou a
implantação do Relógio da Hora Legal, ao Cais do Sodré.
O Relógio da República, com o Longines de bolso de Mendes Cabeçadas na capa, e que está no Museu da Presidência da República, em Belém, foi editado em 2010 pela Âncora. Com o apoio da Longines, da Tempus Internacional e da Presidência da República.
Para saber mais sobre as mudanças estruturais que ocorreram no Tempo colectivo português na passagem da Monarquia para a República, vá aqui. Em baixo, cerimónia de lançamento de O Relógio da República, no Palácio de Belém.
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