Editorial Fevereiro
Ano recorde, mesmo sem China e Hong Kong, mas com MoonSwatch
A Suíça exportou em 2022 relógios num valor recorde de 24,8
mil milhões de francos (mais 11,4 por cento do que no ano anterior). Isto
apesar de dois dos seus três principais mercados terem quebrado no ano passado.
A China, segundo mercado, importou menos 13,6 por cento;
Hong Kong, terceiro mercado, importou menos 10,5 por cento. Os Estados Unidos,
principal destino dos relógios suíços em 2022, importou mais 26,3 por cento.
Portugal terminou o ano como 28º mercado, com um aumento de 14,6 por cento.
Em quantidade, a indústria relojoeira suíça estabilizou, depois
de anos de diminuição - 15,8 milhões de relógios exportados (mais 0,3 por cento
do que em 2021 – 49 mil unidades).
Oliver R. Müller, analista do sector, faz notar que, se não
fosse o fenómeno MoonSwatch (estima-se vendas de um milhão destes relógios), a
Suíça teria exportado menos 900 mil unidades, e partindo de uma base já de si
muito baixa. O país exporta hoje cerca de metade dos relógios que exportava há
20 anos (29,6 milhões em 2000).
Daí que o preço médio por relógio exportado tenha continua a
aumentar, cifrando-se agora nos 1.500 francos (o que dá um preço público da
ordem dos 3 mil francos).
Com a imprevisibilidade que a guerra na Europa significa, a
indústria relojoeira helvética está, apesar de tudo, optimista – espera um
retomar forte do consumo na China.
A nível global, o conjunto dos HNWI (High Net Worth
Individuals, fortuna líquida de 1 milhão de dólares) e dos UHNWI (Ultra High Net
Worth Individuals, fortuna líquida de 30 milhões de dólares) continua a ser
cada vez maior – serão no total 60 milhões de indivíduos em todo o mundo. A
relojoaria suíça é um dos seus produtos de luxo preferidos. Tanto no mercado de
primeira como de segunda mão (que este ano deverá ultrapassar o primeiro em
termos de valor).
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