Pela branca fenestra de loucura
Penetraste na ausência
Onde dormem as palavras.
Turvo lagar de estrelas
Ou límpida seara
Onde o verso vinho azul
Galga finos cristais
E flora.
E chora um pranto cruel!
De perdidas Enones.
Besta decapitada e insone
Em galopes de vidro,
Apagando na noite
O murmúrio das gárgulas.
Mas se chove o silêncio
Sobre rotas clepsidras
E desfazem-se ponteiros
No relógio impossível.
Restaure-se o tempo
Na invenção dos teus dias
Poema a escorrer
Na ampulheta infinita.
Myriam Fraga
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
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